Tomou o barco ontem (4), a arqueóloga brasileira Niède Guidon.
As pesquisas que Niède Guidon realizou durante décadas no sítio pré-histórico da Serra das capivaras - um dos maiores das Américas - revolucionaram as teorias sobre a chegada do homem ao continente.
Com base nas pinturas encontradas e catalogadas na Serra da Capivara, a brasileira argumentou que a presença humana já havia ocorrido neste ponto das formações rochosas há 60 mil anos ou até 100 mil anos.
Isso desafiava a teoria clássica de que o homem entrou no continente americano há 13 mil anos, em uma viagem da Sibéria ao Alasca por uma ponte de gelo que cruzava o Estreito de Bering.
Guidon nasceu em 1933 em Jaú, interior de São Paulo. Estudou História Natural na Universidade de São Paulo (USP) e especializou-se em Arqueologia Pré-histórica na Sorbonne, em Paris. Foi sepultada hoje (5) no jardim de sua casa em São Raimundo Nonato, cidade no interior do Piauí, que leva ao remoto parque nacional de pinturas rupestres ao qual dedicou sua vida, a Serra da Capivara.
Viver é Perigoso
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