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terça-feira, 3 de junho de 2025

BASTA !

 


Viver é Perigoso

JÁ DE OUTROS TEMPOS

Uma música entre as 50 mais tocadas no Spotify global tem chamado a atenção nas redes sociais nos últimos dias. Trata-se da faixa "Pretty Little Baby", da cantora americana Connie Francis, de 87 anos. Lançada em 1962, a canção de melodia doce e repetitiva retrata uma jovem apaixonada e seus sentimentos genuínos pelo amado. No TikTok, a composição já foi trilha sonora de mais de 1,5 milhão de vídeos.

Na realidade, Concetta Rosa Maria Franconero, ou melhor Connie Francis, nascida  em 1938, alcançou  sucesso mundial em 1958 com a música "Who´s Sorry Now", composta em 1923, com  os primeiros postos da Billboard e ganhando um disco de ouro.

Viver é Perigoso

TEMPOS ESTRANHOS



A deputada federal Carla Zambelli, já condenada a 10 anos de prisão pela invasão do sistema no CNJ, noticiou hoje que, nos EUA, já está num país da Europa. Possivelmente na Itália, onde teria cidadania.

Importante: Zambelli arrecadou R$ 285 mil em uma “vaquinha”, via PIX ou transferências, antes de deixar o país. Um montante, equivalente a 44,3 mil Euros.

A deputada disse que vai se licenciar do cargo para, segundo ela, lutar contra o que classificou de "falta de liberdades" e "censura" no Brasil.

Blog: As autoridade passarão a ficar de olho nos condenados ou em vias de condenação, que pedirem ajuda via pix. Quase uma prévia para embarques.

Viver é Perigoso

AGORA VAI !



Romeu diz que quer adotar modelo de combate ao crime de El Salvador em Minas Gerais.

"O que nós vimos lá em El Salvador foi uma solução. Então, volto extremamente confiante de que nós podemos fazer o mesmo aqui. El Salvador é um país que hoje tem muito o que ensinar para o mundo. Nos últimos quatro anos, a quantidade de homicídios em El Salvador foi reduzida em mais de 99%. Nós estamos falando que hoje no Brasil nós temos 45 mil homicídios por ano em média. Me parece que o governo PT, de Lula, não tem coragem de caracterizar essas organizações como terroristas, mas elas são terroristas."

Em tempo, prestes a iniciar seu sétimo ano no poder - Nayib Bukele continua sendo um presidente extremamente popular, apesar de ter consolidado sua imagem de "ditador" internacionalmente. Um rótulo que, como ele mesmo diz, não o incomoda nem um pouco.

Na segunda-feira (2), de acordo com a pesquisa publicada pela LPG Datos, empresa de pesquisas do La Prensa Gráfica, Bukele encerrou seu sexto ano no poder com um índice de aprovação de 85,2% da população, tendo como principal conquista o desmantelamento de gangues e a redução histórica dos homicídios em todo o país.

Viver é Perigoso

TRIBUTO À IRMÃ ALINE



Programa "Cidade contra cidade" do apresentador Silvio Santos. Alunas do terceiro ano normal do C. S. C. J , em 1970, na peça " Tiradentes ontem, Tiradentes hoje."

Lúcia Helena Carneiro

Há exatos 54 anos vivíamos a experiência de estarmos ainda sentadas nos bancos escolares, mas com a expectativa de serem os nossos últimos meses no Colégio Sagrado Coração de Jesus.
A vida adulta, mais séria e com outras responsabilidades nos esperava ali na frente. A proximidade dessa drástica mudança pode ter gerado sentimentos diversos: liberdade? Alívio? Medo? Saudades? Tudo isso pode ter vindo junto e misturado ao mesmo tempo. Afinal, a mudança seria radical.
O grupo que convivia há bastante tempo, inexoravelmente, ia se dissolver. É claro que os rumos se diversificariam. A Escola Superior de Enfermagem e a Faculdade de Filosofia conseguiram reunir e manter alguns dos nossos grupinhos e fortaleceram outros laços, mas podemos dizer na linguagem popular: “A debandada foi geral”. Mas, com certeza, cada uma de nós carregou boas lembranças da convivência que tivemos, ou carregou traumas? Não é hora de romantizar, nem de remoer possíveis amarguras que possam ser reavivadas, mas, com segurança, afirmo: cada uma deve ter na memória um momento significativo, o carinho de uma professora ou a lembrança de um acontecimento marcante das nossas vidas naquela tão famosa e cantada década de 60.
Como ficaria extenso nos referirmos a todos os docentes que foram importantes em nossas vidas de estudante, peço desculpas por não os citarmos agora e escolhemos homenagear Irmã Aline porque marcou muito nosso último ano e pelo extraordinário trabalho que desenvolveu conosco nas turmas de terceiro normal A e B.
Irmã Aline começou nos apresentando a obra intimista e densamente feminina de Cecília Meireles. Pertinente citar aqui a poesia “Retrato”, muito adequada para esse nosso encontro e que assim se inicia: “Eu não tinha este rosto de hoje / Assim calmo, assim triste, assim magro...” Vejam, bem adequada para esse dia, pois há 54 anos obviamente não tínhamos este rosto de hoje, pelo contrário, tínhamos o vigor dos 17 ou 18 anos. Tínhamos a energia fervilhante da idade e Irmã Aline se aventurou a nos apresentar não apenas o lirismo da Cecília romântica, sonhadora, evasiva, mas a Cecília política, crítica, que denunciou os horrores da Inconfidência Mineira, os horrores da História do nosso Brasil do século XVIII: a escravidão e a exploração do ouro e diamantes, exibindo-nos o “Romanceiro da Inconfidência”, obra que escancara o sistema colonial que favoreceu a exploração dos desvalidos.
Pois bem, com profundo entendimento dessa magistral criação literária, Irmã Aline montou o jogral chamado “Tiradentes ontem, Tiradentes hoje”, com a intenção de comemorarmos o feriado de 21 de abril em cerimônia interna no colégio. Num inteligente jogo intertextual, ela pôs o dedo na ferida daquela época: referiu-se claramente aos abusos da truculenta Ditadura Militar que vigorava no nosso país. Fez isso atualizando os versos de Cecília que se adaptaram perfeitamente para expor o regime. Mesmo tocando nesse perigoso assunto, nosso jogral foi escolhido para ser apresentado no programa televisivo do apresentador Sílvio Santos para cumprir uma prova exigida na disputa do Cidade contra Cidade.
O mais curioso e paradoxal dessa história é que fomos escolhidas para ir a esse programa por uma comissão que nos julgou apressadamente após uma apresentação, com o grupo incompleto, justamente no salão de festas ASSI, o Clube dos Sargentos de Itajubá. Minha pergunta para esse inédito acontecimento é: será que nossos avaliadores prestaram atenção ao texto ou não entenderam a crítica contida no mesmo?
O certo é que lá fomos nós, o grupo de futuras normalistas denunciar o sistema vigente numa aparente homenagem ao herói Tiradentes. Fomos hippies, inconfidentes, rebeldes fazendo bom uso da palavra, mas o que particularmente encantou a todos foi a capacidade interpretativa das colegas Lysia e Marize.
Um dos jurados do programa da TV desfez de nossa apresentação dizendo que estava parecida com festinha de Grupo Escolar; no entanto, o Sr. Brancato Júnior disse que fomos audaciosas e a seus elogios foram somados os da cantora Cláudia Barroso. O saldo foi positivo porque conseguimos os pontos necessários para a cidade passar naquela prova. Passamos incólumes pelo serviço de censura, que em outros casos também não se mostrou tão inteligente, em plena vigência do AI-5. Afinal, não se podia imaginar que um grupo de meninas do interior fosse abordar esse tema, mas foi com ele e por meio da Literatura que Irmã Aline nos ensinou a gostar de ler e interpretar em profundidade os textos poéticos.
Irmã Aline foi tão comprometida com seu trabalho, tão sintonizada com as boas produções editadas na época que, logo após o lançamento do livro Flicts, de Ziraldo, montou, baseado nele, um musical lindíssimo que enfocava o “bulling”, termo que ainda não fazia parte do nosso linguajar. Esse inesquecível espetáculo foi encenado não pela nossa turma e sim pela turma um ano mais nova que a nossa, mas muito nos encantou.

Muitas razões temos então para dizer: - Obrigada, Irmã Aline! Mas é também momento de agradecer a Deus por termos tido um ensino de qualidade, pela oportunidade de termos estudado no CSCJ. Gratidão ainda porque o Pai nos concedeu o presente de estarmos hoje aqui nessa ação de graças pela nossa história e pela nossa vida!

Pelas formandas de 1970, Lúcia Helena Caridade Carneiro 

Viver é Perigoso