Bom ler o Carlos Alberto Di Franco, dizendo que falta para o Brasil estadistas e sobram políticos. Que falta aquele tipo humano raro, que pensa o país. Alguém capaz de sonhar alto, agir com responsabilidade e cultivar o senso do dever. Um servidor da nação, não movido por vaidades pessoais, mas por um propósito de transformação social e institucional.
O estadista, ao contrário do político tradicional, não se limita ao calendário eleitoral. Ele planta árvores cujos frutos talvez não venha colher.
O estadista precisa ser desenvolvimentista - mas um desenvolvimentismo inteligente, moderno, responsável. Que compreenda as potencialidades do País, respeite o meio ambiente, invista na educação, ciência e tecnologia, valorize a indústria nacional e enfrente as desigualdades sociais com coragem.
O estadista não teme o enfrentamento. Mas não procura por vaidade ou beligerância. Seu combate é por princípios, não por holofotes. Sua autoridade vem do exemplo, não da imposição. Sua força vem da coerência, não do cálculo político.
O estadista compreende a complexidade do seu tempo e una competência técnica à sensibilidade social e alie firmeza a generosidade.
O estadista não precisa gritar para ser ouvido e não trata o povo como massa de manobra.
O estadista não nasce do improviso. É alguém que conhece a alma do seu povo, respeita sua cultura, valoriza sua história, porque quem não conhece o passado está condenado a perder o futuro. A ignorância histórica é uma das razões da superficialidade política e do desprezo pelas instituições.
O estadista é um construtor. Constrói consensos sem abrir mão de convicções. Constrói políticas públicas que sobrevivem a governos. Constrói instituições sólidas. Constrói pontes entre o presente e o futuro. Constrói confiança, poque sabe que sem confiança não há coesão social e sem coesão social não há desenvolvimento sustentável.
(OESP)
Viver é Perigoso