Há séculos que trato amistosamente as pessoas com as quais convivo por "camarada'. Da mesma forma, os amigos se dirigem a mim, sempre utilizando o "camarada".
Outro dia um amigo professor perguntou-me sobre a razão. Expliquei e registro.
Começou como uma provocação e se tornou costume e quase marca registrada, quando do movimento estudantil de 1968 e se firmou definitivamente com a implantação do famigerado Ato Institucional Nº 5.
Verdade que o pessoal tinha um certo temor, ou mesmo medo, de ser "entregue", ou melhor, dedurado como de esquerda, o que era quase um crime, se não.
Mas na realidade, como todos sabem, "camarada" é uma forma de tratamento amistosa e tem o sentido de companheiro, colega ou aliado. Deriva do latim camara (quarto ou alojamento) usado a partir do século XVI para designar grupo de soldados que dormem e comem juntos.
A palavra foi introduzida na língua portuguesa no século XVII, passou a significar, informalmente, companheiro de armas ou simplesmente companheiro.
Na Rússia, após a Revolução de 1917, os comunistas adotaram o a palavra tovarisch (camarada) como forma de tratamento igualitário. Servia para soldado e para general.
O termo camarada, passou a ser amplamente utilizada por militantes de partidos socialistas e movimentos de esquerda, quando foi substituído pelo o emprego do termo 'companheiro, a partir do início dos anos 80, possivelmente por influência da Revolução Cubana.
Todos sabem que de comunista nunca tive nada e os poucos que conheci, nunca me quiseram ao lado. Talvez por medo de relaxar e bagunçar a causa, da mesma forma que jamais fui convidado seguer para uma reunião do Lions, Maçonaria ou Rotary.
Seguimos adiante com o Camarada e com o espírito desagregador, conforme definido por um especialista em Recursos Humanos.
Viver é Perigoso