Em meio à crise econômica e às várias medidas de austeridade
adotadas por vários países, especialmente no Ocidente, um setor da indústria
está se dando bem: os fabricantes de gás lacrimogêneo.
Desde a Primavera Árabe (iniciada no final de 2010), o mercado de segurança
interna no Oriente Médio teve um aumento de 18% em seu valor, chegando próximo
aos 6 bilhões de euros (R$ 17,4 bilhões) em 2012.
Na zona do euro, afetada pela crise financeira, as coisas não são muito
diferentes. O orçamento de 2012 do governo espanhol de Mariano Rajoy enfrenta
cortes em praticamente todas as áreas, mas em equipamentos antidistúrbios o
gasto passa de cerca de 173 mil euros a mais de 3 milhões em 2013.
A organização internacional War Resister League (Liga dos Resistentes à
Guerra, em tradução livre), que tem uma campanha específica contra o gás
lacrimogêneo, identificou a presença de empresas americanas como Combined
Systems Inc., Federal Laboratories e NonLethal Technologies.
A brasileira Condor Non-Lethal Technologies, uma das principais provedoras da
Turquia, vende seus produtos a 41 países.
Durante a Primavera Árabe, empresas americanas exportaram 21 toneladas de
munição, o equivalente a cerca de 40 mil unidades de gás lacrimogêneo.
Em termos de manejo de protestos, nada mudou com a democratização egípcia.
Esse ano, o ministério Interior encomendou cerca de 140 mil cartuchos de gás
lacrimogêneo ao mesmo elenco de exportadoras americanas.
BBC (resumo)