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domingo, 16 de março de 2025

A REVOLTA DOS VOVÔS



Folha - Vinícius Mota - Folha (trechos)

No Comitê de Salvação Pública da Revolução Francesa, quem mandava cortar cabeças era Robespierre, 35, auxiliado por Saint-Just, 26.

Aos 35 Lenin influenciou os bolcheviques na revolução de 1905 na Rússia e aos 47 arrebatou o poder.

Mussolini marchou sobre Roma e se fez nomear premiê antes dos 40. Prestes tinha 27 quando comandou a coluna tenentista.

Contrariando esse padrão, senhores eletrizados e eletrizantes tornam-se mais comuns na cena política atual. Em que águas estarão mergulhando os nossos velhos rebeldes?

Não se trata de revolta da poltrona nem fenômeno restrito às redes sociais. 

As procissões dos selvagens grisalhos da motocicleta e as prolongadas vigílias de tios e tias na frente de quartéis no Brasil entre o final de 2022 e o início de 2023 provam que a coisa vai além. A eifania depredadora de 8/1 contou com senhores e senhoras em ponto de bala, apesar de terem viajado centenas de quilômetros de ônibus para a festa da Selma.

Na Casa Branca um vovô de topete laranja mete o pé na porta. Em ritmo de tabelião brasileiro, assina decretos para chacoalhar o sistema. Demite servidores federais aos montes e exibe o tamanho das suas tarifas para o mundo, sem poupar os países que se julgam aliados dos EUA. Ameaça escorraçar os palestinos de Gaza e tomar Groelândia e o canal do Panamá. Muda num canetaço o nome do golfo do México e esbraveja sem parar.

Na ordem habitual das coisas e da política, cabia aos jovens tocar fogo no circo e aos mais velhos evitar e apagar os incêndios. Uns iam para a cadeia, outros pagavam a fiança. Uns pisavam no acelerador, outros puxavam o freio de mão, e assim se poderia vislumbrar um certo equilíbrio entre a necessidade de mudar e a de reduzir a violência desses processos.

Agora uma parte dos bombeiros debandou e está botando para quebrar. A ira dos vovôs não dá mostras de arrefecer.

Nas sociedades humanas, participar de mobilizações e insurreições ou dispor-se a convencer as massas de que é necessário virar o mundo de pernas para o ar requer dedicação de energia e tempo típica dos jovens. Faz mais sentido investir em estripulias prometeicas quando se tem a perspectiva de desfrutar da nova ordem por um longo tempo no futuro.

Contrariando esse padrão, senhores eletrizados e eletrizantes tornam-se mais comuns na cena política atual. Em que águas estarão mergulhando os nossos velhos rebeldes?

Agora uma parte dos bombeiros debandou e está botando para quebrar. A ira dos vovôs não dá mostras de arrefecer.

Viver é Perigoso

CANTINHO DA SALA

 

Patrícia Leite

Patricia Leite (Belo Horizonte, 1955). Vive e trabalha em Belo Horizonte.

A artista foi aluna de Amílcar de Castro e tem bacharelado em Desenho e Gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.

Viver é Perigoso

REPÚBLICA VIVA

 


1914 / 1918 - Foi o período dos "Três Gs" - Guerra, Greve e Gripe. 

As dores do nascimento da indústria produziram a primeira Greve Geral em São Paulo (1917)*. No mesmo ano, tardiamente, o governo posicionou o Brasil com os Aliados na Primeira Guerra Mundial. No fim do governo veio o terceiro G - a Gripe Espanhola, que mataria de 35 mil a 50 mil pessoas no Brasil. O "Estadão" apoiou a candidatura de Venceslau Braz em prejuízo do candidato mais próximo do jornal e também o maispreparado, Rui Barbosa.

O Estado de São Paulo

Blog* -  A greve geral de 1917 aconteceu em São Paulo e foi Foi liderada por trabalhadores e ativistas inspirados nos ideais anarquistas e socialistas, dentre eles vários imigrantes italianos e espanhois. Durou 30 dias. Em 9 de julho, uma carga de cavalaria foi lançada contra os operários que protestavam na porta da fábrica Mariângela, no Brás resultou na morte do jovem anarquista espanhol José Martinez. Seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o corpo até o cemitério do Araçá, onde foi sepultado. Indignados e já preparados para a greve os operários da indústria têxtil Cotonifício Crespi, com sede na Mooca. entraram em greve, e logo foram seguidos por outras fábricas e bairros operários. Três dias depois mais de 70 mil trabalhadores já aderiram a greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas. Após negociações, grande parte das reivindicações dos trabalhadores foram atentidas.

Em tempo, entre 1914 e 1923, o salário havia subido 71% enquanto o custo de vida havia aumentado 189%;

Viver é Perigoso

PORQUE HOJE É DOMINGO

"Uma vida com propósitos" - Edição expandida - Rick Warren - Editora Vida - 400 páginas.

Um dos livros de maior vendagem da história.

Mais do que um livro, trata-se de um guia para descobrir a resposta a indagação que cerca todos nós. Um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria e simplicidade

- Afinal de contas, por que estou aqui ?

Viver é Perigoso