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Rua Nova |
Itajubá, tinha 50.000 habitantes quando eu era criança pequena na Boa Vista. Tínhamos três farmácias que vendiam remédios, aplicavam curativos e injeções e manipulavam receitas. Eram as sagradas farmácias do Sr. Rui Braga, tendo à frente o Sr. Gerson, a do Sr. Vitor, com filhos e a do Sr. Eduardo, também com seus filhos, entre eles, o saudoso Lóca.
Por que o sagradas?
Ninguém saia sem o remédio. Com dinheiro ou sem dinheiro. Vendiam para pagamento mensal e ainda parcelavam.
Acreditem: Atendiam à domicílio, com injeções, medição de pressão e primeiros socorros. Quando eles passavam pelas ruas, quem estivesse sentado, imediatamente se colocava em pé em sinal de respeito.
Não eram farmacêuticos genéricos.
Foram padrinhos de batizado e casamento de centenas.
Nem tudo era perfeito. Os remédios eram de gosto horrível e não amorangados como os de hoje. A injeções faziam um rombo no braço ou na bunda (naquela época ainda não tinham inventado o bumbum). Curativos com merthiolate ardiam para dedéu.
Mas tudo funcionava.
Hoje se fazem presentes na terrinha todas grandes redes de drogarias. Vendem até remédio, embora creia que o forte sejam produtos de higiene e beleza.
Preços espetacularmente diferenciados entre uma e outra boutique de saúde.
Compro mensalmente um remédio para pressão. Variam de 13,90 a 43,90.
Para se instalarem numa localidade, como praticamente em todo seguimento de negócio, as empresas efetuam um detalhado estudo de mercado. Pelo número de farmácias que estão abrindo na terrinha, o mercado deve estar prometendo muito.
Não nos esqueçamos que trata-se de um mercado micro-regional. O pessoal das cidades vizinhas fazem suas compras por aqui.
Agora, não podemos negar: A nossa população está levando à serio a questão de longevidade. Como temos velhinhos na cidade, entre os quais já estou me incluindo.
Corre na Boa Vista a informação que até meados do próximo ano, o número de farmácias funcionando na cidade, ultrapassará o números de bares.
Adeus Itajubar.
ER