Aos cinco anos de idade, Joceli Borges foi retratada pela famosa câmera de Sebastião Salgado ao lado dos pais, que peregrinavam pelo interior do Paraná em busca de um lote de terra. A imagem foi captada na margem da rodovia que liga Laranjeiras do Sul a Chopinzinho (oeste do Paraná).
Aquele rosto sujo de olhar provocativo virou capa do livro "Terra", lançado em 1997 e ganhou espaço na mídia, em museus e em galerias do Brasil e do exterior.
Passados 16 anos, a jovem de 21 anos continua uma trabalhadora rural sem terra.
Descoberta pela Folha de São Paulo, vive com o marido e a filha em um acampamento do MST e diz ter dois sonhos: um lote e dois exemplares do livro que espalhou sua imagem mundo afora. "Um pra mim e outro pro meu pai."
Joceli, no dia a dia, planta o que chama de "miudezas": mandioca, batata doce, milho, feijão, melancia e verduras para vender na cidade. Aceitou falar com o repórter, mas com a condição de que antes das fotos pudesse ajeitar o visual. Disse ela: "Um dos meus maiores sentimentos e do meu pai foi eu sair na foto do livro toda desarrumada.
Viver é Perigoso