Félix Fénéon (1861-1944), foi uma figura de defícil classificação, situada à margem da literatura e da cultura francesas. Fénéon era um homem de sociedade, amigo de poeta e artistas.
Fénéon lança uma experiência de jornalismo escrevendo para o jornal parisiense Le Matin, fragmentos escritos em 3 linhas.
Observações moduladas por uma verve irônica característica, sustentada em refinados jogos de linguagem.
Fénéon foi um dos mais famosos réus no "Processo dos trinta" que, em 1894, buscava combatr a atividade de grupos de anarquistas. Acusado de participação em atentado a bomba diante de um hotel em Paris, seria posteriormemte absorvido.
Disse Mallarmé logo após a prisão do amigo Fénéon:
Fala-se segundo vocês, de detonadores
Certamente não havia, para Fénéon, melhores detonadores que seus artigos
E não creio que disponhamos de arma mais eficiente que a literatura
Algumas das notícias publicadas por Fénéon no Le Matin:
Se meu candidato perder, eu me mato, havia
declarado o Sr. Bellavoine, de Fresquienne
Matou- se
O Sr. Scheid, de Dunquerque, alvejou três vezes
a mulher. como errasse todos os tiros, disparou
contra a sogra: acertou em cheio.
Decapitado, pernas cortadas, ventre aberto
assim foi encontrado num poço de Denain
o mineiro Payen, vítima de um aidente
Vivendo hoje no Brasil, Fénéon poderia estar publicando num grande jornal
* Notícias em Três linhas - Nouvelles En Trois Lignes - Editora Rocco - 190 páginas
Viver é Perigoso