Iara Iavelberg nasceu em São Paulo em 1944 filha de uma rica família judia paulistana. Ingressou na Universidade de São Paulo em 1964. Casou-se muito cedo, com 16 anos. O casamento, com um médico, durou apenas três anos e ela deixou a relação para entrar na militância política.
Separada, alta, bonita, de olhos claros e corpo bem cuidado, virou a musa da intelectualidade estudantil paulista de esquerda ao meio da década de 1960.
Iara chegou ao Marxismo através do movimento estudantil e, militando no MR-8, conheceu Carlos Lamarca, comandante da Vanguarda Popular Revolucionária em 1969, com quem passou a viver. O casal era um dos mais procurados pela ditadura militar, inclusive com fotos espalhadas por todo o país. Vivendo juntos, passaram dez meses escondidos em 'aparelhos' pelo país. Uma das companhias do casal nestes esconderijos foi a amiga "Wanda", como era conhecida Dilma Roussef, que décadas depois foi presidente do Brasil.
Ela e Lamarca fugiram para a Bahia em julho de 1971, após a desarticulação da organização guerrilheira. Iara (codinome "Clara") foi para Salvador enquanto Lamarca seguia para o interior baiano.
Um integrante da organização, preso e sob tortura passou informações sobre o paradeiro de Iara. Na manhã de 20 de agosto/1971, o prédio na Rua Minas Gerais, na Pituba, foi cercado por e Iara foi morta a tiros. Carlos Lamarca foi morto menos de um mês depois, em 17 de setembro no sertão da Bahia.
O corpo de Iara foi entregue à família apenas um mês após a sua morte, em caixão lacrado, com a proibição explícita de que fosse aberto, com um laudo médico informando de seu suicídio. Iara foi enterrada no Cemitério Israelita de São Paulo na ala dos suicidas.
Em 1998, a família de Iara começou uma batalha judicial contra o Estado, solicitando a exumação do corpo da guerrilheira com a intenção de investigar as causas de sua morte. O especialista em medicina legal concluiu então que, na verdade, o tiro mortal de Iara foi disparado de uma longa distância, descartando a hipótese de suicídio.
Os familiares de Iara, inconformados com a versão oficial da morte por suicídio, conseguiram que os restos mortais fossem removidos para perto do túmulo de seus pais, em outra área do cemitério judaico.
O Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo prestou uma homenagem à antiga aluna e deu seu nome ao centro acadêmico, passando a ser chamado Centro Acadêmico Iara Iavelberg. O Centro Acadêmico de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora também traz o seu nome.
Viver é Perigoso