Conta a história que numa pequena cidade do interior do país vivia um Senhor, já com uma certa idade, extremamente correto, sério e que mesmo com grandes dificuldades buscava cumprir todos os seus deveres.
Desde jovem era membro e frequentava assiduamente igreja do seu bairro. Cristão fervoroso.
Participou ativamente, quando mais novo, das entidades mais representativas do município, sempre preocupado com o desenvolvimento local, geração de empregos, saúde e educação para todos.
Criou e formou seus filhos, educando-os através do bom exemplo que, segundo ele ,é o sistema mais custoso, porém o que melhores resultados proporciona.
Logicamente cometeu erros, sendo estes, em sua maioria, devido a sua intransigência com a mentira, o oportunismo ,a desonestidade e a falsidade.
Obrigatoriamente como todo cidadão com essas características, teve passagem pela política partidária municipal, conseguindo com isso, inevitáveis dissabores.
Já com a idade avançada e face ao seu posicionamento de constante cobranças, começou a receber anonimamente e muitas vezes, não tão anonimamente, provocações, insultos e até ameaças.
Se as retaliações fossem somente a sua pessoa, suportaria todas com sua dignidade comprovada.
Mas não. As nefastas ações começaram a atingir profissionalmente os negócios de seus parentes e amigos.
Seu espírito cristão o impedia de repelir, revidar e aplicar lições merecidas nos seus detratores.
Já chegando ao limite de sua paciência, procurou o Padre de sua Igreja, e de forma oficial solicitou seu afastamento das atividades religiosas por uns tempos.
Disse ele ao Reverendo: - Eu preciso acertar uma coisinhas e para isso se faz necessário que eu fique uns tempos longe dos compromissos que tenho para com Deus e para com a Igreja.
O que estou sendo levado a fazer irá bater de frente com a doutrina. Preciso ficar "descrente" por uns poucos dias.
E finalizando: Depois eu volto, me penitencio e retomo a vida cristã normal.
Não posso morrer com desaforos entalados na garganta. Só uma semana. Será o suficiente.
Concluindo eu: Ele anda acabrunhado pois o Padre não o liberou. Ele disse que vai recorrer aos tribunais superiores, começando pelo Bispado de Pouso Alegre.
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