Translate

domingo, 25 de agosto de 2024

EU DESISTO !



UNIVERSO NO TEU CORPO

Composição e interpretação de Taiguara. Música de 1970. Taiguara era uruguaio de Montevidéu, onde nasceu em 1945. Foi criado no Brasil. Teve muitos problemas com a ditadura, passando longos tempos fora do país. Tomou o barco com muita antecedência em 1996.

Lembrança:

No segundo ano de engenharia, em 1970, estávamos fazendo prova numa sala da "Codorna". Ainda não existia o Campus da Unifei. A turma estava dividida em duas salas.

Abri a prova e para variar não entendi nada. Estava naquela fase de nem dúvidas sentir. É um estágio mais avançado do que não saber.
Passei olhando alguns minutos para o infinito, fingindo buscar lembranças que nunca existiram.
Estava meio envergonhado de ser o primeiro a desistir.

Foi quando ouvi o primeiro verso desta música, berrado desafinadamente pelo Marcos Berti, que estava na sala ao lado (um dos caras mais inteligentes que conheci).

Não deixei nem a bola picar. Imediatamente entreguei a prova em branco. A adesão foi em massa.

Eu desisto!

Viver é Perigoso

AINDA SOBRE SILVIO SANTOS


Interessante, retirado da entrevista, com  7 horas de conversa, concedida pelo Silvio Santos ao jornal O Estado e São Paulo no dia 29 de setembro de 1987.

- Você acredita em Deus ?

- Claro que eu acredito, pô!

- Você é Judeu ?

- Claro que eu sou judeu ! 

- Que tipo de música você gosta ?

- Bolero. Júlio Iglesias. Luis Gonzaga

- Você lê ?

- Só biografias. A última que li foi do Lee Iacocca. A do Rock Hudson, Hitler, Frank Sinatra.

- O que achou do Hitler ?

- Achei o o cara da propaganda espetacular. Não o Goebbels, mas o outro, o Albert Speer

- O que você gostaria de ser, se não fosse o Silvio Santos ?

- O Disney. Ou o Jânio Quadros. Gosto dele porque era durão e autoritário.

- Você é autoritário ?

- Sou

Viver é Perigoso

TRAPALHÃO



Que o Abel Ferreira, treinador do Palmeiras é um grosso, já foi demonstrado. Mas ontem após a goleada do seu time sobre o Cuiabá, partida acontecida em Campinas, ele foi além.

Sua resposta a reporter Alinne Faneli, da Band News FM em entrevista coletiva após a partida em cima da pergunta sobre a lesão sofrida pelo lateral Mike, do seu time.

“Vocês têm que entender que eu tenho que dar satisfação a três mulheres só. Minha mãe, minha mulher e a presidente do Palmeiras. São as únicas que têm o direito de falar comigo e pedir explicações. Por que perdeu? Por que se lesionou? Os outros podem falar, se manifestar, podem elogiar e podem criticar, porque o treinador tem que saber ouvir elogios e críticas”.

Blog: Calado até que arma bem o seu time.

Viver é Perigoso

FAZ TODO O SENTIDO


Escreveu hoje o Élio Gaspari. Faz a gente dar uma repensada no assunto.

Está ocorrendo uma certa confusão entre as preferências eleitorais conservadoras e aquilo que seria um fenômeno chamado de bolsonarismo. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Um conservador não é necessariamente um bolsonarista.

Se o bolsonarismo fosse o que parece ser, Alexandre Ramagem, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, estaria disputando competitivamente com Eduardo Paes. Pelo Datafolha, Paes tem 56% das preferências, e Alexandre Ramagem, fiel escudeiro de Jair, tem 9%.

Em 2018, quando uma onda antipetista e conservadora varreu o país, Jair levou a Presidência, elegeu seu filho para o Senado e o "poste" Wilson Witzel levou o Governo do Rio.

Já em São Paulo, dois candidatos com atitudes diferentes (Pablo Marçal e Ricardo Nunes) unidos contra um candidato de esquerda (Guilherme Boulos) têm 40% das preferências. Esse é o tamanho do bloco conservador. O bolsonarista oficial seria Nunes que, estando na prefeitura, tem 19% e foi ultrapassado por Marçal, o dissidente.

Em 2018, Bolsonaro encarnou um sentimento antipetista e conservador. Passados seis anos, quatro dos quais com ele no Planalto, o voto conservador, quando tem caminho, afasta-se dele. No Rio, ele pode se juntar ao bloco de Eduardo Paes. Em São Paulo, essa opção não parece disponível. Diante disso, ele migra para Nunes ou Marçal. Eleitores paulistanos de Jair dispostos a seguir o candidato que ele indicar talvez estejam pouco acima dos 9% de Ramagem no Rio.

O eleitor brasileiro só seguiu maciçamente um líder político que, a partir do governo, deu-lhe resultados sociais e políticos. Foi Getúlio Vargas. Depois dele, veio Lula, em ponto menor, até porque mais de meio século separa os dois.

O suposto bolsonarismo é uma tendência conservadora e antipetista, apenas isso. 

Não existe bolsonarismo, o que há na cena é um antipetismo, essencialmente conservador.

O ex-capitão ajudou a tirá-lo do armário. Antes de Bolsonaro, o Brasil teve uma ditadura de 21 anos com quatro generais num grande armário. Nenhum deles se dizia conservador, muito menos direitista.

O conservadorismo segue caminhos próprios. Esse é o caso de Ronaldo Caiado em Goiás, que começou a liderar o agronegócio quando Bolsonaro ainda era um capitão indisciplinado. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas é uma criação de Bolsonaro, mas, governando o estado, segue-o de forma tímida.

De certa maneira, a ideia de que exista um bolsonarismo afaga o ego de Jair Messias e convém ao PT, pois associa alguns adversários conservadores à gestão do ex-presidente.

Esse suposto bolsonarismo tornou-se uma película que embaça a vista da janela. Um conservador não precisa de Messias.

Viver é Perigoso