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quinta-feira, 12 de junho de 2025

O GLOBO E A TENTATIVA DE GOLPE

Editorial

A opinião do GLOBO


No depoimento do ex-presidente Jair no STF, parte do processo em que é acusado de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado, ficou evidente por que ele deve ser condenado.

O Sr. Jair confirmou praticamente todos os fatos apurados pela investigação da Polícia Federal e não conseguiu se distanciar dos planos para ruptura do Estado de Direito. 

Sua insistência em dizer que agiu dentro dos limites da Constituição é logicamente inconsistente com a admissão de ter conversado sobre “alternativas” para anular a eleição.

No depoimento, o Sr. Jair voltou a insistir num argumento sem nexo. Reconheceu ter, depois da derrota nas urnas em 2022, conversado com os comandantes das Forças Armadas sobre alternativas para se manter no poder. Mas negou a intenção de golpe. 

Lembrou que instrumentos como Estado de Sítio ou Garantia da Lei e da Ordem estão previstos na Constituição, mas se esqueceu de dizer que uma derrota eleitoral não está entre as justificativas para eles.

Os ex-comandantes do Exército Marco Antônio Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior não tiveram dúvida sobre a intenção golpista, razão por que não aderiram, como disseram em depoimento à PF e confirmaram ao STF. A intenção era impedir a posse de Luiz Inácio, vitorioso nas eleições.

Diante das evidências, não houve tentativa dos réus para negar a existência de minutas destinadas a conferir um verniz de legalidade à ruptura institucional. A estratégia foi chamá-las de “considerandos”, como fizeram Jair, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Os três confirmaram que, na reunião fatídica em dezembro de 2022 no Palácio da Alvorada, uma versão do texto foi projetada numa tela. “Era um estudo, e ele disse que voltaria oportunamente a tratar esse assunto”, afirmou Nogueira.

Nem no tribunal da opinião pública o depoimento de Bolsonaro surtiu o efeito esperado. Seus apoiadores não pouparam críticas. E, embora positiva, sua retratação não muda o essencial: ele insistiu numa versão inverossímil sobre suas intenções, desafiando as evidências coletadas. 

Ao tramar a quebra do Estado Democrático de Direito, Bolsonaro ultrapassou em muito as proverbiais “quatro linhas” de que tanto fala. Por isso deve ser condenado.

O Globo

Viver é Perigoso

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, se errou tem q ser condenado, se roubou te q ser condenado , se escreveu numa estátua tem q ser condenado, se roubou aposentados tem q ser condenado, se roubou os valores tem q ser condenado...
Mas, de tanto ver ....eu sinto vergonha.

Anônimo disse...

Cara, não gosto que a imprensa emita opnião...isso é coisa para os leitores...os valores estão mudados.

Anônimo disse...

Cara a imprensa é tão séria q se vc pagar eles escrevem a VERDADE.
já dizia Juca Chaves...kkkkk