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terça-feira, 10 de junho de 2025

A HISTORIA SE REPETE, DESTA VEZ, EM BRASÍLIA



Em 1971, indicados pelo grande amigo e engenheiro, Dalton Barbosa, um grupo de estudantes, da então Efei, realizou estágio de férias na Companhia Brasileira de Alumínio, na cidade de Alumínio (SP).

A CBA, como era costume na época, cedeu um apartamento para a rapaziada se hospedar durante os 45 ou 60 dias do estágio. Ficava localizado num sobrado, em cima da padaria, tendo a pacata delegacia nos fundos.

Dava para ouvir tudo o que acontecia.

Numa noite, guardaram na cela um cara bêbado. Talvez, encher a cara fosse o seu único mal.

Pois bem, assim que o policial se afastou, possivelmente indo dormir, o pau dágua começou a bater a caneca de alumínio nas grades e a proferir desaforos.

Xingou a família toda do policial. Não escaparam das batatadas, criativas por sinal, a mãe, o pai, a mulher, os filhos e os avós. Dedicou uma louvação especial para a pessoa do polícia.

Começou ali pelas 23:00 horas e foi até às 07:00 da manhã, quando começou o expediente na delegacia.

Ninguém conseguiu dormir no apartamento. A moçada nova e sem experiência de vida, não se sentiu indignada com a balburdia noturna. Pelo contrário. Todos expressavam grande admiração pela coragem do preso, que em plena ditadura atravessou a noite a desancar, além do guarda e familiares, o próprio Presidente Médici.

Durou pouco a admiração pelo prisioneiro. Pela manhã, o guarda chegou e berrando pedia ao preso a confirmação dos insultos.

Respondeu o valente com uma vozinha vinda lá das profundezas:

- Que isso seu guarda ! O senhor vai dar confiança para conversa de tonto ?

A história se repete, desta vez mais longe:

- Que isso Senhor Juiz. Eu não ofendi ninguém. Sou do bem. Estava sob remédios fortes. Caso tenha acontecido alguma coisa foi conversa entre amigos.

É a vida...

Viver é Perigoso

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