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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

EDITORIAL DO CONSERVADOR ESTADÃO

 


OESP - 28/11/24 - JAIR* NU

O relatório final da Polícia Federal sobe a tentativa de golpe de Estado que teria sido urdida no seio do governo do Jair para aferrá-lo ao poder decerto não surpreendeu quem acompanhou minimamente a vida do ex-presidente.

Desde quando saiu do Exército em desonra, passando por uma frívola carreira parlamentar - que se prestou para alguma coisa, foi para enriquecê-lo, além de sua família - até chegar à Presidência da República, Jair jamais traiu seu espírito golpista. De mau militar e mau deputado, foram quase 40 anos de exploração da insurreição e da infâmia como ativos políticos.

Este jornal, seguramente, não está surpreso. Afinal, faz quase 25 anos que já sublinhávamos  nesta página o vezo parasitário de Jair no Brasil pós-redemocratização, chamando-o pelo que é: um desqualificado que serve das mesmas liberdades democrátics que sempre quis obliterar (ver o editorial "Dejetos da Democracia" - 8/1/2000).

A rigor, ninguém precisava de um relatório policial de mais de 800 páginas para saber que Jair é um golpista inveterado.

Segundo a PF, Jair "planejou, atuou e eteve domínio de forma direta e efetiva" das tramoias para impedir a posse do presidente Lula, o que teria até um suposto plano para assassiná-lo, entre outras autoridades e durante todo o seu mandato começou com disseminação de mentiras sobre a suposta "fragilidade" das urnas eletrônicas.

É fundamental frisar que ainda se está em fase de inquérito policial. De modo que o contraditório e a ampla defesa só estarão plenamente garantidos aos 37 indiciados, como é próprio do Estado Democrático de Direto, mais à frente, vale dizer, se e quando a Procuradoria-Geral da República (i) oferecer denuncias contra eles (ii), as acusações forem aceitas pelo STF e (iii) o caso, então, entrar na fase judicial propriamente dita.

Nesse setido, é estarrecedor ainda haver no seio de uma sociedade que se pretende livre e democrática quem admita a presença de alguém como Jair na vida política. Ou pior, que enxergue como "demcrata", "patriota", "vítima do sistema" ou baboseira que o valha um sujeito de quinta categoria que já defeneu o fechamento do Congresso, lamentou o "baixo número" de concidadãos torturados e mortos nos porões da ditadura militar, pregou o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso e trata adversários políticos como inimigos a serem eliminados, inclusive fisicamente.

A Justiça, primeiro, e a História, depois, hão de ser implacáveis com Jair e todos os que flertaram com a destruição da democracia no Brasil.

OESP

* O blog. desde há séculos, trata o ex-presidente pelo seu nome próprio, ou seja, Jair.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Na mosca.