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sábado, 24 de agosto de 2024

DIZEM QUE...

 

Viver é Perigoso

3 comentários:

Anônimo disse...


Antissistema é a vovozinha
Ruim é quando normalizam na disputa o dedo no olho e o chute no saco
Antonio Prata na Folha
Vivemos numa época polarizada. (Taí, provavelmente, o último ponto de concordância entre a esquerda e a direita). O fantasma do dissenso nos assombra por todo lado. Na fila da farmácia, na reunião de condomínio, no subgrupo de zap "Comissão compras pro Réveillon" —já vi açúcar refinado X açúcar demerara acabar com o fim de ano de mais de uma turma.
Existe, contudo, um fenômeno anterior à polarização, que não sei como nomear. Incivilidade? Intolerância? Barbárie? Um clima de guerra de todos contra todos que antecede qualquer filiação ideológica e sem o qual as divergências não teriam tamanha causticidade. Afinal, como muita gente já falou por aí, a polarização não é necessariamente ruim. Passamos duas décadas, relativamente bem, sob o antagonismo entre PT e PSDB. Ruim é quando normalizam na disputa o dedo no olho e o chute no saco.
Até poucos anos atrás eu levava meus filhos pra escola num carrinho duplo. Os dois nasceram com um ano e meio de diferença (sensação térmica de duas semanas) e cabiam ali, feito gêmeos. Não passou um dia em que eu tentasse atravessar a rua e os carros, ao verem os bebês despontando na faixa de pedestres, não só não parassem, mas acelerassem. Veja bem. A pessoa vê dois nenéns, dois seres humanos de 15 quilos cada indo pra escola de chupeta e naninha e joga contra eles uma máquina de uma tonelada. Isso não é de esquerda nem de direita. É grotesco.

Estou agora em Ribeirão Preto, a trabalho. Quando o avião pousou, a aeromoça falou que o desembarque seria escalonado. Primeiro, poltronas 1 a 5. Depois 5 a 10 e assim por diante. Mal acabou de explicar e já tava todo mundo de pé, se aglomerando na frente. Quem não conseguiu levantar só saiu de suas poltronas depois de todos os espertos descerem pela escadinha. Dane-se a senhora de 87 anos da poltrona 09 D. O cadeirante da 1 A. A grávida da 17 B que teve que esperar todos os passageiros descerem pra pegar a mala no compartimento um metro atrás.
O exemplo pode soar elitista. Sem problemas. Trago-o aqui não pra lamentar como sofro na pele as mazelas do país, mas para mostrar que a incivilidade não é reservada ao outro lado da trincheira. Não havia ali no avião qualquer disputa ideológica, era só a lógica hobbesiana de que o mais forte (ou mais rápido) deve levar a melhor.
O problema do Pablo Marçal não é ele ser de direita. (Até porque, sem proposta alguma, fica difícil avaliar). O problema, ou melhor, o que deveria ser um problema, principalmente para os que se identificam como conservadores, como cristãos, como defensores da moral e dos bons costumes, é ele ser contra o bom dia, o boa tarde e o boa noite, contra o por favor e o obrigado, contra o sinal verde, o amarelo e o vermelho. É dedo no olho, chute no saco.
A imprensa o tem descrito como "antissistema". Talvez na Suécia, em que o sistema garante educação, saúde, bem-estar, bom dia, boa tarde e boa noite a todo cidadão, ele fosse "disruptivo". No Brasil, onde a barbárie é institucionalizada, motoristas avançam contra bebês, matam o motoboy que quebrou o espelhinho e o PCC constrói um império, Marçal é o maior representante do sistema.
Não há radicalismo em ser ogro em tempos de ogros, em ser bárbaro na barbárie. Marçal é o candidato do establishment. Precisamos de um(a) radical, um(a) revolucionário(a) que seja capaz de ouvir, pensar no bem comum, parar na faixa, dizer por favor e obrigado, respeitar a lei e fazer com que a lei seja respeitada. Temo, contudo, que essa pessoa seja vista como extremista demais para tempos tão conservadores.

Anônimo disse...

E a farra continua. Com o meu, o seu, o nosso $$$$$$:
81 (do total de 207 homens e mulheres) candidatas voltam às urnas este ano após não terem recebido votos nem usado recursos de campanha em 2020
Para a Justiça Eleitoral, votação 'zerada ou inexpressiva' e pouco ou nenhum gasto na campanha são considerados indícios da chamada 'fraude à cota de gênero.
Providências?

Anônimo disse...

stay calm ou keep calm. logo eles votam uma anistia