Água escassa para São Paulo. O Cantareira a Amazônia e a Antártida.
O pesadelo de falta de água para consumo urbano. Na maior cidade do Brasil volta a preocupar. Lembra a crise hídrica 2014/15. O principal reservatório o Cantareira está com nível próximo dos 20% em pleno dezembro. O menor nível desde 2015.
O Cantareira abastece mais de 9 milhões de pessoas. É constituído por reservatórios, tuneis de interligações e bombas. Transpõe água da Bacia do Piracicaba (Rios Jaguari, Jacareí, Atibainha, Piraí e o Atibaia = 33 m3/s) para a Bacia do Tietê. Na grande SP. Só o Rio Juquery que dá 2m3/s pro sistema faz parte da Bacia do Tietê.
E por que está assim? Chuvas no Sudeste Brasileiro abaixo das médias nos 2 anos últimos anos. E de novo como consequências das mudanças climáticas.
Voltamos ao tema já escrito aqui. Por que chove no sudeste brasileiro? Basicamente por entrada de frentes frias vindas do Polo Sul e por umidade vinda da Amazônia. Os chamados rios voadores. Na Amazônia o desmatamento já provoca uma diminuição da umidade gerada pela floresta. E na Antártica um estudo inédito do MapBiomas revela que 107 mil hectares da Antártica estão atualmente sem gelo. O continente gelado e branco está ficando verde. Por causa do aumento da temperatura a camada de gelo está sumindo dando lugar a proliferação de musgos, líquens e algas.
O efeito já é sentido em todo o hemisfério Sul. Diminuição das frentes frias.
E o que fazemos por aqui? O que aprendemos com a crise passada? Ao que parece nada! No caso do Cantareira só houve uma obra. A interligação com reservatório de Igaratá na Bacia do Paraíba do Sul. Desde aquela época pesquisadores alertam que as chuvas diminuiriam. Então é um novo normal que temos que conviver. Se temos menos chuva não basta os governos fazerem obras estruturais Temos que trabalhar também na questão do solo das nossas bacias hidrográficas. Facilitar a infiltração da pouca chuva. Isso se faz com intervenções. Com reflorestamento e proteção das pequenas nascentes. Mas os governos não são sensíveis a isso. Gostam de obras.
Existem números bem eloquentes sobre proteção de nascentes. Durante a crise de 2015 em Extrema (aí perto da sua terrinha) mostraram que nascentes não protegidas por vegetação tiveram perdas na vazão de até 90%. Nas nascentes protegidas no famoso projeto do município as perdas foram de 45%.
Também precisamos avançar na questão da água de reuso, na reinjeção de água do esgoto tratado, no aproveitamento doméstico da água de chuva, eliminação de válvulas hidras e por aí vai. E principalmente como no projeto de Extrema pagar para o produtor rural produzir água. O PSA. Pagamento por Serviços Ambientais.
Mercado-Lógico
Viver é Perigoso

2 comentários:
Faz um L
Completando: números alarmantes
Segundo o Instituto Trata Brasil https://tratabrasil.org.br/perdas-de-agua-2023/:
Água tratada perdida poderia abastecer 54 milhões de brasileiros por um
ano, enquanto mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem o recurso
• A água potável perdida na operação, abasteceria toda população do Rio Grande do Sul (10,6milhões de habitantes) por mais de cinco anos
• O volume desperdiçado poderia abastecer o equivalente à toda população da região Nordeste
• Mais de 7,6 mil piscinas de água potável são desperdiçadas todos os dias
• Considerando todas as perdas físicas, seria possível abastecer os 17,9 milhões de brasileiros que vivem em favelas por mais de três anos
• Frente aos impactos das mudanças climáticas, a redução do desperdício implicaria na
disponibilidade de mais água sem a necessidade de captação em novos mananciais
• Redução de perdas de água de 37,8% para 25% resultaria em ganhos de R$40,9 BI até 2034
Mercado-Lógico
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