Vítimas da ditadura, 15 alunos da USP recebem diploma póstumo. Homenagem do projeto Diplomação da Resistência. Eles passaram pelos bancos da mais prestigiosa universidade brasileira, mas a ditadura militar interrompeu os seus caminhos. Nesta segunda-feira, os diplomas com que certamente um dia sonharam ter nas mãos serão entregues a familiares, em uma formatura póstuma.
Trata-se do projeto Diplomação da Resistência, da USP (Universidade de São Paulo), que em cerimônia na Cidade Universitária, prestará homenagem a 15 alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) que foram mortos, direta ou indiretamente, pelo regime instaurado após o golpe de 1964.
1 - Antonio Benetazzo, Filosofia (1967-1972)
Militante da ALN e Molipo, foi torturado até a morte no DOI-CODI/SP em 1972. Artista plástico, sua obra foi redescoberta em 2016.
2 - Carlos Eduardo Pires Fleury, Filosofia (1969-1971)
Estudante de Filosofia e militante da ALN, foi torturado e assassinado em 1971 após retornar clandestinamente ao Brasil.
3 - Catarina Helena Abi-Eçab, Filosofia (1967-1968)
Militante estudantil, foi presa, torturada e executada em 1968, com a morte forjada como acidente de carro.
4 - Fernando Borges de Paula Ferreira, Ciências Sociais (1965-1969)
Líder estudantil e ativista sindical, foi emboscado e morto pela polícia em 1969; versão oficial de tiroteio desmentida.
5 - Francisco José de Oliveira, Ciências Sociais (1967-1971)
Militante da ALN e Molipo, foi morto após confronto com agentes do DOI-CODI em 1971; laudo de necropsia indicou tortura.
6 -Helenira Resende de Souza Nazareth, Letras (1965-1967)
Vice-presidente da UNE, foi morta e torturada na Guerrilha do Araguaia em 1972. Seu corpo nunca foi encontrado.
7 - Ísis Dias de Oliveira, Ciências Sociais (1965-1967)
Militante da ALN, desapareceu após ser presa em 1972. Sua ficha foi encontrada em arquivos oficiais, mas nunca foi localizada.
8 -Jane Vanini, Ciências Sociais (1966-1970)
Militante do MIR, foi presa e morta no Chile em 1974. Seu corpo nunca foi encontrado; é considerada desaparecida política.
9 - João Antônio Santos Abi-Eçab, Filosofia (1963-1968)
Militante estudantil, foi preso, torturado e executado em 1968. A história oficial de acidente de carro foi desmentida em 2001.
10 - Luiz Eduardo da Rocha Merlino, História (1969-1970)
Preso e torturado até a morte no DOI-CODI/SP em 1971. Versões oficiais de suicídio foram desmentidas pela família.
12 - Maria Regina Marcondes Pinto, Ciências Sociais (1969-1970)
Militante do MIR, desapareceu em Buenos Aires em 1976. Seu corpo nunca foi localizado; considerada desaparecida política.
13 - Ruy Carlos Vieira Berbert, Letras (1968-1969)
Militante do Molipo, foi torturado e morto em 1972. É considerado desaparecido político, pois seus restos mortais nunca foram entregues.
14 - Sérgio Roberto Corrêa, Ciências Sociais (1967-1968)
Militante da ALN, morreu em uma explosão em 1969. Foi enterrado como indigente; partes de seu corpo foram recuperadas.
15 - Suely Yumiko Kanayama, Letras (1967-1970)
Militante da guerrilha do Araguaia, desapareceu em 1973. Em 2010, Brasil foi condenado por seu desaparecimento.
Viver é Perigoso
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