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sexta-feira, 14 de março de 2025

OUTROS TEMPOS



Aconteceu há exatos 65 anos. Na segunda-feira braba do dia 14/3/1960

Na noite do dia anterior, o Professor Estácio Tavares, homem severo, rigoroso, respeitado e correto cidadão, teria sido agredido por um policial (o professor havia saído em defesa de um estudante detido).

Cursava eu o ginasial no Colégio Itajubá.
 
Foi um Deus nos acuda.

Os estudantes da cidade organizaram uma passeata de protesto. Na realidade foi um enterro simbólico da polícia, com caixão e tudo, inclusive com um estudante vestido de padre.

Moleque ainda, eu estava lá carregando uma velinha acesa. O "féretro" atravessou toda a Rua Nova.

Os policiais apagaram todas as luzes da cadeia e se posicionaram armados nas janelas, preocupados com uma invasão e quebra-quebra.

O protesto correu tenso porém ordeiro.

No final, a multidão foi até a casa do Prof. Estácio (morava na mesma Rua Nova) e seguiu em frente, carregando-o nos ombros.

Ficou na história.

Posteriormente, o Dr. Estácio, pai do meu colega de primário, Guigui, foi meu Professor de Geografia no Colégio de Itajubá.

Outros tempos.

Viver é Perigoso

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