Jaime Petit da Silva nasceu em Iacanga (SP) em 18 de junho de 1945, filho do administrador de fazenda José Bernardino da Silva e da costureira Julia Petit.
Jayme teve três irmãos, Lúcio, Maria Lúcia e Laura. Perderam o pai logo cedo.
Jayme cursou o primário em Amparo e o ginásio em Duartina. Em 1964, então com dezessete anos veio para Itajubá, onde o irmão Lúcio cursava engenharia. Estudou com afinco para conseguir cursar a sonhado engenharia, êxito alcançado com grande esforço sendo aprovado vestibular no final do mesmo ano.
Seguiu o caminho do irmão, dando aulas de matemática e física em colégios de Itajubá e de cidades vizinhas, como Brasópolis.
Em tempo, o irmão Lucio Petit veio para Itajubá na década de 60 estudar em Itajubá, mandado pelo tio comerciante e morador em São Paulo João Bernadino da Silva, casado com Benny Werdine da Silva com apoio local do Sr. Alberto Werdine e família, com quem Lucio morou até se adaptar na cidade, mudando depois para uma república de estudantes. Completando o curso secundário foi aprovado no vestibular do então IEI.
A irmã Laura, seguiu em São Paulo morando com o casal João Bernardino e Benny.
Os irmãos Petit tiveram forte participação no meio estudantil, inclusive exercendo em períodos distintos cargos de diretoria e a presidencia do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia. Em tempos complicados pós movimento de 1964, com uma lucidez impar, conhecimento de causa e compromisso com o direito e a liberdade, Jaime encabeçou diversos justos movimentos reivindicatorios da juventude itajubense, entre os quais destaca-se a construção do prédio do Colégio Estadual Major João Pereira.
Já no quarto-ano do curso de engenharia, Jayme, muito solicitado, bonito, agradável, porém discreto com relação à política e cursando o quarto ano do curso de engenharia, em setembro/68 casou-se com Regilena Carvalho, filha do Dr. Bertoli Mendes de Carvalho, tradicional família de Itajubá.
Hábil militante do movimento estudantil universitário, foi eleito presidente do diretório acadêmico do IEI e junto com universitários de outras faculdades de Itajubá, em outubro/68 foram participar do Congresso da UNE - União Nacional dos Estudantes em, Ibiúna (SP), no qual foi preso com centenas de outras lideranças estudantis.
Foram presos por um períoso junto com os colegas, no Presídio Tiradentes, e São Paulo, onde foi visitado pela esposa Regilena e a sogra. Lena, como ficou conhecida, seguiu com ele o seu idealismo.
Após solto, voltando para Itajubá, sendo chamado para prestar depoimento no 4º Batalhão de Engenharia e Combate logo em seguida, com a decretação do AI-5, em dezembro de 1968, que chegou para cercear todas as liberdades existentes no País.
Já prevendo dificuldades, Jaime não compareceu e foi condenado à revelia pela Justiça Militar, ocasião em que foi levado a, junto com Regilena entrar nas sombras.
Sendo levado a deixar o curso de engenharia, escondidos, foram morar em Goiania, onde Jaime passou a trabalhar em eletrificação rural e Lena, como secretária e auxiliar em hospitais.
Em 1971 estiveram na cidade de São Paulo, onde foram recrutados para continuar na luta clandestinamente contra a ditadura. Em abril desse ano, embarcaram para Araguaína. No Araguaia Jaime encontrou-se com os irmão Lúcio, que conseguiu-se formar no IEI e com a irmão Maria Lúcia.
Em 1972, Regilena se entregou às forças de repressão. Maria Lúcia foi assassinada na região do Araguaia em junho de 1972 e seus restos mortais reconhecidos em 1996. Relatório da Marinha indica que Lúcio foi preso e morto em março/1974, sendo que seu corpo não foi encontrado. Relatório do Exército diz que Jaime Petit teria sido morto em dezembro/1973, tendo seu corpo também não encontrado.
A mãe dos três jovens, a costureira, Dona Julieta, tomou o barco em 2007, com 87 anos sempre mantendo as esperanças de sepultar seus filhos Lúcio e Jaime.
Jayme teve reconhecida a luta pelos direitos e liberdade no período duro do regime militar no País. Foi homengeado com nome de ruas :
São Paulo - cep 04897-230
Belo Horizonte - cep 31535-270
Santa Cruz - Rio de Janeiro - 23.585-100
Brasópolis - 37500-000
Os alunos da Unifei também homenagearam o colega dando o seu nome ao Centro Cultural do Diretório Academico.
Viver é Perigoso

3 comentários:
Revelemo nos mais por .....
Camarada Zelador,
Iniciei a leitura de Doutor Jivago, Boris Pasternak. A tradução direta do russo é de Zoia Prestes, filha de LC Prestes e Maria Prestes.
Maria Prestes, para minha surpresa, é nascida em Itajubá. Filho de um tal Camarada Lima.
O senhor, pesquisador nato, saberia detalhes sobre seus pais em Itajubá?
Forte abraço.
Caamarada, Muito inetessante sua observação. Vou pesquisar. Sobre o tema, adquiri o livro Dr. Jivago há séculos. O exemplar foi editado pela Editora Itatiaia (5ª edição) em 1968 e a tradução foi de Oscar Mendes e Milton Amado. As poesias da parte final foram traduzidas pelo Heitor Martins. Grato pela dica e grande abraço.
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