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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

O OVO DA SERPENTE



Utilizado de há muito como termo para expressar o “prenúncio do mal” ou o “mal em gestação”, “O Ovo da Serpente” é também um dos mais impressionantes filmes de Ingmar Bergman, que como ninguém retratou em linguagem cinematográfica a república de Weimar ou os anos que antecederam o advento da Alemanha nazista.

Após a 1ª Guerra Mundial e a assinatura do Tratado de Versalhes (1919), a Alemanha que perdeu a Guerra se sentiu humilhada e ficou em péssimas condições econômicas, sociais e políticas. Este foi o ambiente propício para o surgimento do Nazismo que explorou as adversas condições em que o País ficou e propôs soluções para restaurá-lo. 

Bergman, ao exibir situações do cotidiano presentes na história daqueles tempos, demonstrou, com habilidade artística invejável que, a um observador atento, já era possível vislumbrar nos acontecimentos que se desenvolviam nos anos 20 o nascimento do Nazismo.
Nas inesquecíveis palavras do Dr. Vergerus, personagem capital da trama, “É como o ovo da serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito”.

Convém no entanto lembrar que a expressão "O ovo da serpente" foi utilizada por Shakespeare na peça "Júlio César" em 1599.

Viver é Perigoso

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