A conferência de líderes na cidade brasileira de Belém, prelúdio da COP30, a cúpula climática deste ano, começou ontem (6) sob o peso inegável dos dados:
2023, 2024 e 2025 são os três anos mais quentes já registrados.
A principal causa reside nos combustíveis fósseis e nos gases de efeito estufa que eles liberam.
A concentração na atmosfera do principal gás de efeito estufa, o dióxido de carbono (CO₂), cresceu a uma taxa recorde no ano passado.
Este ano, 2025, atingirá um novo patamar sem precedentes, segundo o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
El País
Viver é Perigoso

4 comentários:
Sobre o post “socorro”
Meus caros outro dia escrevemos aqui sobre os Limites da Terra segundo o Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK). Há 15 anos os cientistas definiram nove limites planetários fronteiras que a humanidade não deveria cruzar se deseja permanecer em uma “zona” de funcionamento segura”. Seriam 9 ao todo.
Agora em tempos de COP 30. E com o avanço das pesquisas e de vários limites já rompidos, foram divulgados. Como esse da Biosciense: o Estado do Clima 2025 que alerta que 22 dos 34 "sinais vitais" do planeta estão em estado crítico. O maior número segundo os autores. O mundo caminha para um "colapso ambiental sistêmico" se não houver ação imediata.
Vamos comentar cada um bem brevemente:
1 - Temperatura média da superfície global: talvez o principal sinal. Até pela subida dos últimos anos. O que era para acontecer em décadas aconteceu nos últimos 2,3 anos.
2 - Calor oceânico acumulado: refere-se ao excesso de calor absorvido pelos oceanos devido ao aquecimento global, sendo que 90% desse calor é armazenado nos oceanos. Este fenômeno causa o aumento do nível do mar pela expansão da água, torna as ondas de calor marítimas mais frequentes e intensas, e pode levar à desoxigenação dos oceanos.
3 - Temperatura média dos oceanos: Segundo o Observatório Copérnicus A taxa de aquecimento dos oceanos tem acelerado, e as águas superficiais podem exceder os30∘ C
nos trópicos devido à incidência de radiação solar. A taxa de aquecimento dos oceanos tem duplicado nos últimos 20 anos. P. ex. agosto de 2023 - 20,98º C. Fevereiro de 2024 - 21,09 º C
4 - Concentração atmosférica de CO2: Uma escadinha avançando ano após ano. Lá pelos idos de 1.800 (Revolução Industrial) era de 280 ppm na atmosfera. Em 2024 chegou a 424 ppm (parte por milhão). Lembremos que o CO2 é o principal gás formador do Efeito Estufa.
5 - Emissões globais de CO2: China vem liderando as emissões nos últimos anos. Os Estado Unido vêm logo em 2º. Logo eles do Donald um negacionista notório e defensor dos combustíveis fósseis. 37 BILHÔES de toneladas totais foram emitidas em 2024. EUA, Índia e Arábia Saudita vêm logo atrás. Brasil é o 6 º.
6 - Emissões de metano (CH4); O ranking dos maiores emissores de metano do mundo é liderado de novo por China e Estados Unidos. Brasil é o 6º por ter o maior rebanho bovino do mundo.
7 - Emissões de óxido nitroso N2O: Presente nos fertilizantes. Diretamente ligado as nossas atividades. Principalmente agricultura e tratamento de esgotos.
8 - Consumo de energia fóssil: Principalmente petróleo e carvão. Ainda consumimos muito. São diretamente ligados às emissões de CO2.
9 - Subsídios a combustíveis fósseis: Pois é incrível, mas ainda existem. Em alguns lugares são até maiores que os dados a produção de energias limpas. Lobby poderosíssimo dos grandes produtores de petróleo. E agora do governo americano.
10 - Perda de cobertura florestal: Problema sentido principalmente nos países com florestas tropicais. Hoje talvez a maior discussão da COP 30. Como financiar a redução/eliminação do desmatamento e recuperação de áreas desmatadas/degradadas, Com certeza a ação com efeitos mais imediatos. Está sendo proposto o TFFF o Fundo Florestas Tropicais para Sempre que visa criar um novo formato de financiamento climático em que os países que preservam suas florestas tropicais sejam recompensados financeiramente por meio de um investimento global. Brasil é o grande defensor da idéia.
11 - Taxa de incêndios florestais: Atualmente, não existe uma única "taxa" consolidada para o monitoramento de incêndios florestais. No Brasil nosso acompanhamento é feito pelo INPE com dados de satélite. Em 2024 a taxa no Brasil ondou muito alta. Nesse ano caiu significativamente. Mas o nosso problema é que deveríamos estar reflorestando e não só combatendo o desmatamento.
12 - Perda de gelo no Ártico: Causa direta do aquecimento. Perde-se gelo no Ártico a taxa de 12% por década. Em 2025 caminhos marítimos foram abertos no Polo Norte sem a presença de gelo.
13 - Perda de gelo na Antártida: Dados recentes revelam que o gelo marinho da Antártida atingiu níveis historicamente baixos em diversos períodos, como em 2023 e no início de 2025. A Organização Meteorológica Mundial e o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC) emitiram alertas sobre a "diminuição maciça" dos níveis de gelo.
14 - Derretimento de geleiras: Entre 2000 e 2023, as geleiras perderam cerca de 6,5 trilhões de toneladas de gelo. Consequências imediatas: aumento do nível dos oceanos e perda da reserva de água doce para abastecimento humano em várias regiões.
15 - Nível médio do mar NMM: O monitoramento do NMM é crucial para entender o aumento do nível do mar, um dos principais efeitos das mudanças climáticas globais. Países insulares vão desaparecer. Cidades em todo o mundo costeiras serão invadidas. A mais notória: Veneza. No Brasil a mais ameaçada é Recife.
16 - Acidificação dos oceanos: Diminuição do pH da água do mar causada pelo excesso de CO2 na atmosfera. Está ameaçando toda vida marinha.
17 – Perda da Biodiversidade: A perda de biodiversidade é a diminuição ou o desaparecimento da diversidade biológica em um ecossistema, região geográfica ou no planeta como um todo. Em áreas terrestres é a principal consequência do desmatamento.
Esse fenômeno é acelerado pelas atividades humanas e representa uma das maiores crises ambientais da atualidade. A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do mundo, com cerca de 20.000 espécies de plantas e fauna variada, incluindo 850 espécies de aves, 370 de anfíbios e 270 de mamíferos.
18 -População humana: Já somos 8 BILHÔES. Que fazem uma pressão enorme nos recursos naturais. Água, energia, áreas para agricultura. Aqui temos uma fraca luz no fim do túnel. Mundialmente a taxa de natalidade está caindo. ONU projeta 11 BILHÔES em 2.100. Com certeza não haverá recursos naturais para tanta gente.
19 - População de gado: 1 BILHÂO de bovinos no mundo. No Brasil já temos mais gado que gente. Representam uma pressão enorme nos recursos hídricos e na geração de Metano.
20 - Consumo de carne per capita: Em 2024 consumo mundial 35 kg de carne per capita. Lembremos um número já apresentado aqui. Para de produzir um quilo de carne gastamos 15.000 litros de água. Arrisque a fazer a conta: 34 x 15.000 x 8.000.000.000!!!! Só de água. E o consumo vem crescendo.
21- PIB Global: Crescimento em média de 3,4% ano. De 1961 a 2024. Não temos recursos para sustentar esse crescimento sem mudanças drásticas na produção de bens e serviços.
22 - Consumo Global de Recursos: O consumo global de recursos naturais é insustentável, ultrapassando a capacidade de regeneração do planeta A humanidade já consumiu os recursos que a Terra consegue repor em um ano, e a tendência é de aumento, com o consumo crescendo mais rápido que a população.
Sinceramente? Nenhuma COP nos moldes atuais tem condições de resolver todos esses problemas.
Estamos lascados
Mercado-Lógico
Credo.
Postar um comentário