O Brasil enfrenta uma crise silenciosa e crescente que ameaça toda a estrutura da medicina nacional: a proliferação descontrolada de faculdades de medicina de baixa qualidade.
Em vez de solucionar a carência de médicos, estamos multiplicando profissionais mal formados, aumentando os riscos para pacientes, hospitais e operadoras de saúde. O paciente acaba sendo a vítima.
Hoje, o Brasil possui mais de 390 faculdades de medicina — o maior número do mundo. Superamos a Índia e a China, países muito mais populosos, e triplicamos o número existente nos Estados Unidos, que têm quase o dobro da nossa população.
Essa expansão desenfreada foi guiada muito mais por interesses econômicos do que pela necessidade real de melhorar o sistema de saúde.
O resultado está nos dados. Segundo o Ministério da Educação, mais da metade dos cursos de medicina avaliados têm desempenho insatisfatório no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Muitos funcionam sem hospital-escola, com infraestrutura precária e docentes despreparados.
Médicos estão sendo formados em condições incompatíveis com a responsabilidade que a profissão exige.
Como se não bastasse, mais de 50 mil brasileiros estudam medicina atualmente no exterior, em países como Paraguai, Bolívia, Argentina e Cuba — muitos em universidades sem critérios rigorosos de seleção ou formação.
Após concluir o curso, buscam revalidar seus diplomas no Brasil, agravando ainda mais o quadro de profissionais sem a qualificação adequada...
Folha de São Paulo
Viver é Perigoso.
2 comentários:
Pois é...verdade , dura realidade.
E se não fizerem alguma coisa logo vamos ver DOUTORES com lixeiros, caixa, funções básicas, como já acontece com advogados...com todo respeito.
🤔😔🇧🇷
Novo exame anual do MEC vai avaliar qualidade dos cursos de medicina e selecionar alunos para residência.
Até que enfim.
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