Podridão cerebral ou o que o abuso de conteúdo lixo na Internet pode fazer à mente O vício em redes sociais reduz a massa cinzenta, encurta a capacidade de atenção, enfraquece a memória e distorce os processos cognitivos.
Podridão cerebral: “Deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa como resultado do consumo excessivo de material (particularmente conteúdo online) considerado trivial ou incontestável.
A definição foi dada pelo dicionário Oxford que, após votos de mais de 37 mil pessoas, escolheu este conceito como palavra do ano.
Especialistas em dicionários observaram que o termo ganhou relevância nos últimos tempos “para expressar preocupações sobre o impacto do consumo excessivo de conteúdo de baixa qualidade nas redes sociais”.
A podridão cerebral não é apenas uma peculiaridade linguística. Nos últimos 10 anos, a ciência conseguiu demonstrar que o consumo excessivo de conteúdo lixo na Internet – sensacionalismo, conspiração, vazio – está a modificar os nossos cérebros, a tal ponto que a palavra “podre” pode não ser um exagero.
As evidências mostram que as redes sociais estão a reduzir a massa cinzenta, a encurtar a capacidade de atenção, a enfraquecer a memória e a distorcer processos cognitivos fundamentais, segundo o jornal britânico The Guardian, com citações de um grande número de investigação académica de instituições como a Faculdade de Medicina de Harvard, a Universidade de Oxford e King's College Londres.
Uma pesquisa recente descobriu que o uso e o abuso da Internet estão associados a uma diminuição da massa cinzenta nas regiões pré-frontais do cérebro. É a área que está envolvida na resolução de problemas, regulação emocional, memória e controle de impulsos.
Em dezembro, o psicólogo Carlos Losada sugeriu algumas recomendações para evitar cair no apocalipse ou, em outras palavras, evitar ser sugado pelo buraco negro do conteúdo lixo que os algoritmos reforçam: reconhecer o problema, fazer um esforço para se desconectar e fazer atividades que exigem presença física, como encontrar amigos ou praticar esportes, são algumas de suas sugestões.
El País
Viver é Perigoso
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