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domingo, 24 de novembro de 2024

GUERRA DO FILET


Cursando o ginásio no Cólegio Itajubá, lembro-me com saudade das aulas de grandes mestres, entre eles, o Professor de História, Júlio dos Santos e os acalorados debates sobre o acontecimento da época.

Discutia-se a Guerra da Lagosta, como a imprensa tratava um conflito entre os governos do Brasil e da França, ocorrido no início dos anos 60 e girou em torno da captura ilegal de lagostass por parte de embarcações de pesca francesas em águas territoriais no litoral da região nordeste do Brasil.

Um colega de turma, pela sua empolgação com o tema, pegou e carrega até hoje, passados sessenta anos, o apelido de Capitão Lagosta.

Vem agora a Guerra do Filet. Novo capítulo:

Os frigoríficos brasileiros, JBS, Marfrig e Masterboi, pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour no Brasil, que engloba as bandeiras Carrefour, Atacadão e Sam´s Club.

E mais, a Federação de Hoteis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo, convocou empresários de hotelaria e de alimentação a se "engajarem" em um boicote ao Carrefour, até que a rede mude oficialmente o posicionamento quanto à venda de carne proveniente do Mercosul em suas lojas na França.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Posts “A gente até entende” E “A Guerra do Filet.”.
Dando uns pitacos
Há anos em discussão o acordo tarifário (livre comércio) entre a UE – União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Se um dia vier a ser assinado vai ser o maior acordo entre os dois blocos. Por exemplo elimina mais de 90% das tarifas de importação de produtos do bloco europeu dos sul americanos. Então viria uma contra partida na mesma proporção. Das exportações deles para cá. No caso daqui para lá envolveria commodities agrícolas como proteína animal. Carnes!
Mas por que tanta oposição da França? Simples. A agricultura francesa é altamente subsidiada pelo governo. Até o óleo diesel. Não estão acostumados com competição. Não querem competição com quem produz melhor e mais barato. Nós. Os agricultores gauleses temem que nossos produtos ao entrarem lá sem tarifas os levem a falência. E com certeza isso pode acontecer.
Entra então o lado político da questão. Na França quase sempre os governantes têm um equilíbrio político/partidário tênue. Daí não podem prescindir do apoio da agricultura de lá. Altamente organizada em sindicatos fortes. Barulhentos. Apesar de terem baixa participação no PIB francês. Então governos de vários matizes políticos até aqui são contra o acordo.
A França diz que não está sozinha na luta. Para barrar o acordo são necessários 4 países com 35% da população europeia.
A coisa só vai se resolver se os outros setores econômicos franceses indústria p.ex. favoráveis ao acordo se manifestarem como os agricultores.
Por aqui a ameaça se chama Milei. Que já ameaçou tirar a Argentina do Mercosul. Explodiria então definitivamente tudo. Mas o cara é um exemplo de incoerências. De falação equivocada. Sempre volta a trás. A ver.
Tudo isso deságua nos post recentes do zelador sobre os boicotes a carne brasileira principalmente no Carrefour. Rede francesa de supermercados.

Mercado-Lógico