Com um olhar altivo e inacessível, Nefertiti parece olhar para longe. Pouco se sabe sobre essa mulher que viveu no antigo Egito há cerca de 3.500 anos. É sabido, sim, que seu nome significa "A bela chegou". Mas se era alta ou baixa, severa, generosa ou arrogante — tudo isso jaz na escuridão da história.
Nefertiti (1370 - 1 330 a.C.) foi uma rainha da XVIII dinastia do Antigo Egito, esposa principal do faraó Amenófis IV, mais conhecido como Aquenáton. Nefertiti e seu marido tornaram-se conhecidos pela revolução religiosa, na qual adoravam apenas um deus, Áton, ou o disco solar.
Nefertiti teve seis filhas com Aquenáton: Meritaton, Mequetatom, Anquesenanom, Neferneferuaton, Neferneferuré e Setepenré.
Talvez nunca mais tivéssemos ouvido falar de Nefertiti se não fosse o arquiteto e egiptólogo alemão Ludwig Borchardt, que viajou ao Egito no início do século 20 atrás dos rastros da misteriosa cidade de Amarna. Em nome do Imperador Guilherme 2º, Borchardt procurava objetos para os museus reais de Berlim.
Em 6 de dezembro de 1912, em Tell el-Amarna, cerca de 300 quilômetros ao sul do Cairo, ele e sua equipe de escavação encontraram o ateliê de um escultor que teria vivido em 1.300 a.C.. Numerosos bustos foram encontrados sob os escombros, incluindo um com a famosa coroa azul escuro. Excetuando pela falta do olho esquerdo, a figura de orelhas salientes e olhos delineados chamava a atenção por estar praticamente intacta.
De acordo com os regulamentos em vigor na época, todos os achados antigos era divididos igualmente entre o Egito e o país que realizava as escavações. Borchardt, no caso, representava o Império alemão. O busto de Nefertiti ficou com os alemães, sendo que só seria apresentada ao público em 1924.
Foi logo provocando um verdadeiro estrondo. Ela estampou capa das revistas e virou um ícone publicitário: não só de cosméticos, perfumes e joias, mas também de cerveja, café e até cigarros. Soterrada na areia do deserto por milhares de anos, Nefertiti se tornava mais uma vez um ídolo admirado — provavelmente como o fora durante a vida.
O arqueólogo egípcio Zahi Hawass não desiste da batalha contra a Alemanha para repatriar o famoso busto da rainha Nefertiti para o Cairo. Proclama que este tesouro da história egípcia foi roubado pela Alemanha em 1912.
Viver é Perigoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário