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Cerimônia na Sé - Memória do Vladimir Herzog (out/1975) |
No dia 24/10/1975, o jornalista Vladimir Herzog, diretor da TV Cultura, de origem judaíca e com 38 anos se apresentou (voluntariamente) no Doi-Codi em São Paulo para "prestar esclarecimentos"
No dia seguinte (25/10) o pessoal do exército comunicou que ele teria posto fim a vida na prisão.
Na verdade, conforme comprovado, Vlado, como era conhecido, faleceu devido a tortura, aos maus tratos.
A tradição judaica manda que suicidas sejam sepultados em local separado. Mas quando da preparação dos corpo segundo os preceitos do judaísmo o rabino Henry Sobel, líder da comunidade, viu as marcas da tortura. Assim, foi decidido que Vlado seria enterrado no centro do Cemitério Israelita do Butantã, o que significava desmentir publicamente a versão oficial de suicídio.
Junto a D. Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, Sobel celebrou um ofício inter-religioso em homenagem ao jornalista, de origem judia, em 31 de outubro de 1975, na Catedral da Sé. A celebração reuniu cerca de oito mil pessoas e foi considerada uma manifestação importante para a derrubada da ditadura.
Pois bem, importante personagem nessa etapa da vida brasileira, o rabino Henry Sobel, tomou o barco na manhã desta sexta-feira (22/11/2019), em Miami, no EUA.
Nascido em Portugal e criado em Nova York, Sobel chegou ao Brasil em 1970. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista, destacou-se como uma "voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil".
Em 2007, em Palm Beach, sob remédios psiquiátricos foi denunciado por ter levado algumas gravatas de uma loja sem o devido pagamento. Sobel, inclusive foi internado por transtornos. Assunto superado.
Deixa uma filha brasileira, Sra. Alisha Sobel Szuster.
Os tempos eram outros.
Viver é Perigoso
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