A jornalista e colunista do Washington Post, Anne Applebaum discute a necessidade de novos termos para definir o posicionamento dos atores políticos em um mundo onde o palanque digital está sempre armado e onipresente.
A discussão proposta é fugir do maniqueísmo entre esquerda e direita na análise de fenômenos contemporâneos nos parlamentos mundo afora, conceitos que se desenvolveram desde a Revolução Francesa e podem não ser mais tão precisos.
Ainda que não se enquadre exatamente no perfil pesquisado por Applebaum, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) vem desafiando a capacidade de categorização dos analistas políticos.
Cria das redes sociais, o parlamentar teve uma ascensão meteórica desde a Câmara Municipal de Divinópolis, passando pela Assembleia Legislativa (ALMG) e desembarcando no Senado Federal. Os elementos comuns neste período inferior a uma década são a presença massiva nas redes sociais, o conservadorismo moral, as camisas de times de futebol e uma postura histriônica e verborrágica.
Cleitinho tem um salvo conduto para se movimentar dentro do Republicanos. A filiação ao PL, que parecia óbvia, ainda não veio. E pode, estrategicamente, não vir.
Populista antes de tudo, Cleitinho consegue trafegar em pautas econômicas populares, ainda que abraçadas apenas pela esquerda, elogia Lula e até mesmo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino no caso das emendas Pix.
É improvável que ele tivesse a mesma liberdade sob a marca do PL, que exige de seus integrantes uma fidelidade canina ao Jair e, no caso de Minas, ainda exigiria um tráfego à sombra de Nikolas Ferreira.
É impossível saber se Cleitinho manterá o fôlego como líder nas pesquisas até outubro de 2026 e é difícil que passe todo esse tempo agindo de forma independente, sem se comprometer politicamente.
Estado de Minas
Viver é Perigoso
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