POIS É CHEGAMOS AOS 1,6°C
2024 superou 2023. Tornando-se o ano mais quente de toda história recente do nosso planeta.
1,6° acima dos níveis pré-industriais. Alcançamos o que era considerado limite seguro. A partir daqui sabe-se lá o que de pior pode acontecer. E continuamos na marcha da insensatez.
Carlos Nobre. Climatologista do INPE uma das maiores autoridades mundiais no assunto vaticina: “A indústria e os países estão fracassando no compromisso de reduzir as emissões e, agora, superamos um marco limite. Se a gente não reduzir rapidamente, vamos bater os 2°C em breve e isso vai ser um suicídio ecológico”.
Países tropicais estão esquentando ainda mais. Lugares no Brasil ficaram 2,2° em média mais quentes. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) o Brasil viveu em 2024 o ano mais quente de sua história. O que se esperava para 2050 está acontecendo agora.
O famoso acordo de Paris previa em 2015 1,5° C em 2050. Como limite seguro. Naquele ano 2015 a temperatura já tinha subido 0,9°C. De lá pra cá foi uma escadinha. Já passamos em 8,9 anos o que deveria acontecer em décadas. E o que de prático acordado lá em Paris foi implementado? Muito pouco. E com velocidades reduzida!!! E vem aí para os próximos anos uma leva de governantes negacionistas climáticos. Donald e Javier os mais notórios.
E tudo concomitante. Maiores taxas de Dióxido de Carbono - CO2 - e Metano - CH4- na atmosfera. Maiores temperaturas. O CO2 em 2024 foi 3,0 ppm (partes por milhão) maior que 2023.
E por que essas emissões não caem? Por que população/empresas/governos nada fazem para tal. A não ser uns poucos gatos pingados. Como diz o sociólogo alemão Jens Beckert no seu livro recente: “Como Vendemos Nosso Futuro: O Fracasso em Combater as Mudanças Climáticas". É que características fundamentais da vida contemporânea —capitalismo moderno/democracia liberal/nosso apego ao consumo - tornam virtualmente impossível entregar o que a saúde futura do planeta exige.” E mais: “O decrescimento, ou qualquer política destinada a reduzir deliberadamente os padrões de vida, é "ilusório".
Consumidores verdes existem, mas sua influência é mínima. E assim por diante.” Dentro das empresas os incentivos para que elas gerem lucro faz os executivos ignorarem as ameaças climáticas futuras. Corroborando esse raciocínio vimos em um mês seis grandes bancos americanos se retirando do Net Zero Banking Alliance - uma aliança climática. Por pressão dos republicanos e do Donald.
Ou como também vaticinou o ecoeconomista Hugo Penteado há mais de 25 anos: “O sistema planetário é finito, regenerativo e circular. O sistema econômico é infinito, degenerativo e linear.”
Estamos lascados.
Mercado-Lógico
Viver é Perigoso
Um comentário:
Pois é o desastre se avizinha....
E o que estamos fazendo nas nossas cidades onde políticas públicas para combater ou minorar os efeitos das mudanças climáticas deviam estar no centro dos debates? Nada e continuamos elegendo gente descompromissada com o tema, só interessada principalmente nos grandes empreendimentos imobiliários.
A terrinha é o mau exemplo do comportamento dos políticos dirigentes jogado na nossa cara todos os dias, nos últimos 12 anos.
Observador de Cena
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