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domingo, 11 de maio de 2025

MERCADO LÓGICO

 


Repetindo: O futuro continua comprometido. Senão vejamos. A ONG – Organização Não Governamental - AÇÃO EDUCATIVA calcula o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) da população brasileira. Mostra que desde o início da série em 2001 o indicador caiu muito pouco. De 39% para 29% em 2024. É uma chaga social que compromete o futuro. E até um sonhado salto de produtividade nas atividades econômicas. Quase um terço dos compatriotas de 15 a 64 anos são analfabetos funcionais. Gente que vive no escuro das letras. E dos números. Mesmo tendo frequentado escolas.

Definindo para entender:

1-Analfabetismo funcional refere-se à incapacidade de usar a leitura e a escrita de forma eficaz. Na vida cotidiana. Mesmo que a pessoa tenha algum nível de escolaridade. É diferente do analfabetismo absoluto. Que é a incapacidade de ler e escrever. Analfabetos funcionais conseguem reconhecer letras e números. Mas têm dificuldade em compreender textos. Realizar operações matemáticas básicas. Ou interpretar informações em gráficos e tabelas.

2- A educação é frequentemente apontada como um dos principais fatores para o aumento da produtividade. Pois contribui para a formação de capital humano. Essencial para o desenvolvimento econômico.

Do número de 29 % do estudo da ONG, 7% se referem aos absolutos e 22% aos funcionais.

Grande parte (65%) dos analfabetos funcionais está na faixa etária entre 40 e 65 anos. Mas a taxa de 17% tanto no estrato de 15 a 29 anos como no de 30 e 39 anos é também vexatória.

Como dito o indicador mostra como a inaptidão em língua portuguesa e matemática corre entre os compatriotas que passaram pela rede de ensino. Entre os que concluíram os anos finais do ensino fundamental a porcentagem é de 43%. Entre os formados no ensino médio, 17%. E é impressionante. Simplesmente impressionante que 12% dos diplomados no ensino superior estejam nessa condição!

As escolas nos 3 níveis (Fundamental a cargo dos municípios. Médio a cargo dos estados. E superior a cargo federal) contudo, não conseguem alavancar a aprendizagem. Que há anos apresenta níveis precários em avaliações nacionais/internacionais. Uma das consequências sentidas imediatamente é a evasão escolar.

Uma possíveis saídas é o EJA- Educação de Jovens e Adultos. Recentemente lançado. Mas vejam quase 1.100 municípios brasileiros ainda não oferecem vagas no programa.

Caminhos para melhorar o vexame nacional são possíveis? Claro outras nações já implementaram. O próprio EJA. O tempo integral com foco em português e matemática. E o ensino técnico com foco nas aptidões. Com foco no básico. Principalmente dos jovens que se mostram propensos a sair da escola com uma profissão.

É preciso esquecer as ideologias. Que nortearam as discussões num passado recente. Não nos esqueçamos que por causa delas. E de escândalos num determinado momento tivemos em 4 anos 5 ministros da educação. Inclusive uma excrescência chamado Abraham Weintraub.

Sem isso, o Brasil continuará com a produtividade congelada. A Fundação Getúlio Vargas calcula que entre 2010 e 2023 a nossa produtividade cresceu ínfimos 0,3%. Comprometendo o futuro. E mantendo as desigualdades sociais por consequência. Ainda mais com um agravante. Que não prestamos muita atenção: envelhecimento da população.

Quer ajudar? Esqueçamos as obras. Os projetos mirabolantes. O asfaltamento próximo ao período eleitoral. Procure os dados de educação do seu município. E cobre metas de melhoria do seu prefeito e vereadores.

Mais dados em: https://alfabetismofuncional.org.br/

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Viver é Perigoso

2 comentários:

Anônimo disse...

Para complementar a discussão do resultado do INAF veja essa análise: https://www.youtube.com/watch?v=RgjGdVdtF1I

Livro de colorir para adultos? De vez em quando eu me aventuro aqui com as minhas meninas de 4 e 2.

Perlustrador da Mantiqueira

Anônimo disse...


Estônia disparou em educação e tecnologia; qual a receita?

Em 1996, país percebeu que a internet seria central para a vida e a incorporou nas escolas . A Estônia tem 1,3 milhão de habitantes. É um país pequeno. Mas é um gigante em tecnologia. Em 1993, o país estava em ruínas. Tinha acabado de reconquistar sua independência. (da antiga URSS). Naquele momento, era bem mais pobre que o Brasil, com um PIB per capita de US$ 1.100 (o nosso era US$ 3.700).
Em 30 anos, o PIB per capita da Estônia cresceu 30 vezes e hoje chega a US$ 30 mil. No mesmo período, o do Brasil cresceu menos de três vezes. A Estônia enriqueceu, e o Brasil empacou...... Apesar das diferenças com o Brasil, há lições a aprender com o país báltico. Afinal, ele já criou ao menos dez empresas consideradas unicórnios (dentre elas o Skype, a TransferWise, a Bolt e a Veriff). Tem um governo totalmente digital e acesso a todos os serviços públicos pelo celular. Na educação, está em primeiro lugar no ranking Pisa da Europa (acima da Suíça) e em 4º lugar no mundial. ..... O salto tecnológico foi porque o país percebeu, em 1996, que a internet seria central para a vida das pessoas....... A Estônia acabou de tomar outra decisão ousada: incorporar a Inteligência Artificial em todas as escolas. Professores e alunos têm agora acesso irrestrito ao ChatGPT. O país fez um acordo com a OpenAI, que forneceu licenças amplas para toda as escolas estonianas. O raciocínio é o mesmo. Se a inteligência artificial será parte central da vida, as escolas do país precisam incorporá-la no aprendizado desde já. O resultado poderemos conferir juntos daqui a alguns anos.

Extraído do artigo do Ronaldo Lemos diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade. Na FSP
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