O Palácio Capanema, construído para ser sede do Ministério da Educação, é uma joia que contou com a obra de Le Corbusier, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Após uma década de fechamento, durante a qual esteve prestes a passar para mãos privadas, este imponente edifício de concreto e vidro foi reaberto, totalmente restaurado e pronto para se tornar um importante epicentro cultural.
O edifício é um retângulo perfeito incrustado no centro do Rio de Janeiro: uma caixa de fósforos em pé que parece flutuar sobre dezenas de pilotis, as colunas independentes no térreo tão representativas da arquitetura moderna. A construção começou em 1937 e foi concluída em 1945. Suas soluções inovadoras e estética pioneira para a época marcaram um antes e um depois.
A obra de restauração custou 84 milhões de reais (cerca de US$ 15 milhões), e o principal desafio foi encontrar materiais e peças que não são mais fabricados, como as luminárias ou o linóleo cor de chocolate do piso.
A história do Palácio Capanema é cheia de ambição e ousadia. Foi o Brasil do Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas, que quis projetar um Brasil forte quando o mundo estava à beira da Segunda Guerra Mundial.
O então Ministro da Educação, Gustavo Capanema, queria consolidar os escritórios governamentais dispersos em um único prédio na então capital, Rio, e realizou um concurso público. O vencedor foi um projeto arquitetônico eclético, como tantos outros, que não o convenceu. Não teve escrúpulos em voltar atrás e convocar alguns dos desclassificados: Lúcio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos.
Mais tarde, juntar-se-iam a eles Oscar Niemeyer, com seus trinta e poucos anos (que ainda não havia assinado nenhum edifício), e o mestre Le Corbusier, que atuava como consultor.
O Palácio Capanema será reaberto oficialmente no dia 20/5 com uma cerimônia que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, a partir daí, a programação é intensa. Em julho, sediará a cúpula dos presidentes do BRICS. Com seu esplendor original restaurado, o governo brasileiro também planeja apresentá-lo à UNESCO como candidato ao status de Patrimônio Mundial.
El País
Viver é Perigoso
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