Elon Musk e Donald Trump formam, hoje, a dobradinha mais imprevisível e sinistra da cena política americana.
Foi formada em torno das carências, rancores e egos feridos de cada um, podendo desembocar num projeto de poder inquietante se o candidato republicano à Casa Branca sair vencedor nas eleições de novembro próximo.
Trata-se de uma atração fatal de conveniência.
O que fez o admirado inventor e cultuado guru do Vale do Silício abraçar com estridência um movimento tão retrógrado como o Make America Great Again (Maga) de Donald Trump?
Parte da resposta está na errática compra do Twitter em outubro de 2022. Até então, Musk era cultuado como o Thomas Edison do século XXI, de genialidade ímpar.
Esse encanto irrestrito foi quebrado quando ele torrou US$ 44 bilhões para a desastrada aquisição da rede social, transformou-a em geringonça ideológica e ainda por cima lhe deu o nome de X.
As elites do poder acharam prudente tomar alguma distância do agora ex-mago.
Musk não aguentou a orfandade. Foi buscar admiradores e seguidores junto ao núcleo mais duro da internet: a extrema direita voraz.
A partir daí, o homem mais rico do mundo tornou-se prisioneiro da audiência conquistada - para cada maluquice postada, seus 197 milhões de seguidores passam a demandar mais e mais.
Desde que o Twitter virou X, por ali circulam fake news. Dias atrás, Musk endossou a sugestão de que mulheres não devem participar de governos por não terem raciocínio crítico.
Dorrit Harazim
Viver é Perigoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário