Gênero que não faz muito o meu tipo, muito embora tenha assistido "Walking Dead" e "TheLast of Us". Assisti no final de semana, "O Eternauta" na Netflix. A minissérie se tornou a mais vista no streaming é baseada na história em quadrinhos argentina de mesmo nome.
A obra clássica do argentino Héctor Oesterheld, conta a história de Juan Salvo, um homem que se vê preso em casa com parentes e amigos durante uma nevasca mortal. Assisti também, levado por uma motivação diferente e explicada a seguir.
A história de "O Eternauta" apareceu pela primeira vez em revista, em 1957. Em livro, foi publicada em 1959. O enredo recebeu influências internacionais que cercavam o mundo na época, como a tensão pós-Segunda Guerra Mundial, a corrida espacial e o medo de bombas nucleares. Nessa primeira publicação, o tom político não era tão forte.
O contexto mudou em 1969, quando foi apresentada uma segunda versão do "O Eternauta". Nesta edição, o tom político da narrativa ficou escancarado. A publicação dessa versão ocorreu alguns anos antes do golpe militar na Argentina, que se deu em 24 de março de 1976, dando início à ditadura no país. O período foi marcado por perseguições políticas a estudantes, sindicalistas, ativistas e pela tortura.
Por trás da obra, Oesterheld, o mais importante autor de ficção científica da argentina, teve um final trágico: foi sequestrado pela ditadura militar do país latino em 1977.
Héctor Oesterheld e suas quatro filhas, Diana, Estela, Beatriz e Marina, foram sequestrados e desapareceram em 1977. Eram militantes políticos e participavam do grupo Montoneros, uma organização política-militar argentina contra a ditadura militar. Diana e Marina estavam grávidas.
Os corpos do autor e de três de suas filhas nunca foram encontrados. Apenas Beatriz pode ser velada.
A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento que resgatou a memória dos desaparecidos durante a ditadura na Argentina.
Viver é Perigoso
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