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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PETROLÍFERO



O Clube de Engenharia do Brasil, entidade centenária que congrega profissionais do ramo da Engenharia, Arquitetura e Geociências, como já se manifestou diretamente por carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende que seja dada a autorização pelo Governo Federal para perfuração de poços exploratórios em águas profundas na costa do Amapá́, na Bacia da Foz do Amazonas, para melhor avaliar o potencial petrolífero da área.

Entendemos que não há contradição entre essa empreitada técnica e a justa preocupação de órgãos do governo federal em contribuir para a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Destacamos que as emissões na exploração & produção de petróleo (óleo e gás) são estimadas em 5,5% do setor energético e 1,0% do total nacional.

Relevante também o fato de estar à frente deste processo a Petrobras, nossa estatal que ao longo de sua história demonstrou enorme excelência técnica e segurança operacional, notadamente no zelo para com o meio-ambiente, ainda mais quando operando em condições extremas.

Requer lembrar que estas habilidades se estendem à Amazônia, onde a estatal já perfurou 67 poços exploratórios na plataforma da Foz do Amazonas e produz petróleo em Urucu. Implantado na década de 1980, no meio da floresta amazônica, Urucu tem sido por décadas um dos melhores exemplos do mundo de sustentabilidade em atividades extrativas.

Procedimento similar ocorre no caso da exploração em águas-profundas na Bacia da Foz do Amazonas. A Petrobras historicamente sempre examina o cenário exploratório e seus riscos junto com a academia e outros centros de pesquisas. Está atenta às recomendações e demandas vindas do Ibama e outros órgãos fiscalizadores, como publicamente tem sido exposto.

O Clube de Engenharia do Brasil entende que o petróleo ainda tem muito a contribuir com o desenvolvimento do país, para nossa soberania energética e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.

Temos em nosso país uma matriz energética das mais limpas, com a contribuição das fontes fósseis representando somente 50% do total, bem menos do que a média mundial de 82%.

Em contrapartida, nosso desafio está́ em estender a oportunidade de consumo de energia a todos os brasileiros, revertendo a inaceitável situação de estarmos na 85o posição no mundo em termos uso de energia per capta.

Energia barata e abundante, em especial o gás natural, é também essencial para expandir a indústria brasileira, bem como aumentar sua competitividade internacional.

Não podemos abrir mão de qualquer fonte de energia se queremos desenvolver o país de forma inclusiva, soberana e longeva. Essencial, portanto, o Governo Federal inventariar todo o potencial de insumos energéticos no rico território nacional, incluindo as grandes oportunidades petrolíferas.

Essa decisão não conflita com um ambicioso programa ambientalista sustentável. Devemos ressaltar que as grandes empresas de petróleo, dentre elas a Petrobras, são as que mais investem em projetos alternativos de energia de baixa emissão de carbono.

Vale lembrar que a existência de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas promoverá o desenvolvimento, com contribuição social para o Brasil. Alavancará o crescimento nas Regiões Norte e Nordeste brasileira, com as instalações operacionais da Petrobras e de empresas prestadoras de serviços.

Além desses aspectos, garantirá a segurança energética do país que, sem novas descobertas, segundo dados da EPE, poderá retornar à situação de importação de Petróleo em cerca de 10 anos. Essa perspectiva é um cenário extremamente preocupante.

A futura produção de petróleo na margem equatorial reforçará também o portfólio de oportunidades no Brasil para indústria naval e fabricantes de equipamentos. Proporcionará ainda grandes avanços tecnológicos pela geração de recursos de P&D e a geração de empregos de qualidade, muitos deles de engenheiros e com potencial impulsionador da economia nacional.

Na expectativa de estar contribuindo nesse debate, quanto ao melhor uso do potencial petrolífero para o país e nosso povo, subscrevemos de forma pública essa carta aberta à sociedade brasileira.

Atenciosamente

Engenheiro Francis Bogossian

Presidente do Clube de Engenharia do Brasil

Do amigo Roberto Lamoglia

Viver é Perigoso

2 comentários:

Anônimo disse...

E tem gente q acredita no carro elétrico.

Anônimo disse...

Sobre a Margem Equatorial e a carta dos engenheiros
Concordamos que o petróleo ainda vai continuar como uma fonte importante de energia. Veja por exemplo a questão do gás natural. Investimentos pesados estão sendo feitos por vários grupos nacionais na distribuição. Inclusive em novas formas de obtê-lo como o Biogás. A ideia é substituir óleos mais pesados. Diesel/óleo combustível por gás natural. Nos caminhões/processos industriais por exemplo. Essa substituição diminuiria em muito nossas emissões de GEEs. Lembremos que o gás natural é fóssil.
O problema é a sinalização de metas e projetos para a tão esperançosa Transição Energética. Qual é o grande projeto nacional que envolva governo federal, estaduais e iniciativa privada para que ela se consolide?
Chega a ser desesperançoso que a Lei do Gás votada no Congresso Nacional foi enxertada de “jabutis” paroquiais colocados pelos políticos. De um projeto realmente nacional restou muito pouco. Então a sinalização é muito ruim.
Já a sinalização de necessidades de aberturas de novos campos de extração de petróleo é nítida e envolvem interesses políticos/econômicos poderosos. Fora o fato de que a liberação mesmo que para pesquisa na Margem Equatorial ocorre em pleno ano da COP 30 que se realizará em Belém.
Mercado-Lógico