Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Evelyn Beatrice Hall
Depois da introdução pertinente, vamos lá:
No domingo, dia 25 de agosto, o Senhor Carlos Alberto Libânio Christo, simplesmente Frei Beto, comemora seus vividos e coloca-se vividos nisso, 80 anos.
Mineiro de Belo Horizonte, filho do jonalista Antonio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Maria Stella Libanio Christo, autora do clássico "Fogão de Lenha - 300 anos de cozinha mineira".
Em 1962, com 18 anos, foi escolhido como dirigente nacional da Juventude Estudantil Católica (JEC) .Em 1963, deliberou-se que os militantes da JEC deveriam, juntamente com a evangelização, estar levando às pessoas da comunidade uma mensagem de luta por Justiça Social. Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia.
Esteve preso sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias.
Com 21 anos, em fevereiro de 1966, professou na Ordem Dominicana, em São Paulo.
Também sob a ditadura militar, esteve preso por quatro anos, de 1969 a 1973.
Sua experiência na prisão está relatada nos livros "Cartas da Prisão", "Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira" e " Batismo de Sangue". Premiado com o Jabuti de 1983, traduzido na França e na Itália. "Batismo de Sangue " descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. Baseado no livro, o diretor mineiro Helvécio Ratton produziu o filme Batismo de Sangue, lançado em 2007.
Após sair da prisão, foi trabalhar até o final da década de 1970, construindo Comunidades Eclesiais de Base na Arquidiocese de Vitória (Espírito Santo). Na década de 1980 foi para São Paulo para trabalhar como assessor da Pastoral Operária em São Bernardo do Campo.
Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Frei Betto recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares.
É autor de 74 livros, editados no Brasil e no exterior, Frei Betto nasceu em Belo Horizonte (MG). Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia. Ganhou em 1982 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, por seu livro de memórias Batismo de Sangue.
Ainda na área cultural, Frei Betto foi assistente de direção de José Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina, na primeira montagem da peça de Oswald de Andrade, “O rei da vela” e crítico de teatro do jornal Folha da Tarde (1967/1968).
Foi agraciado, em 2009, com o prêmio “ALBA de Las Letras” em reconhecimento ao conjunto de sua obra literária. A premiação é concedida pela Fundação Cultural da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) a personalidades que consagram sua vida e obra à valorização do patrimônio cultural da América Latina e Caribe com criações originais de todos os gêneros literários.
Entre outras homenagens, em 2016, o Conselho Universitário da Universidad Nacional da Costa Rica outorgou a Frei Betto a “Medalla Universidad Nacional”, “em reconhecimento por seu legado que tanto tem influenciado a arte, a educação e outras formas de expressão e pensamento da humanidade, principalmente na América Latina, além de propagar uma cultura de paz e respeito à terra e à vida humana.
Como escreveu Eugênio Bucci no jornal OESP, Frei Beto, homem de muitos tempos e muitos lugares, que foi jornalista na revista Realidade, trabalhou no Teatro Oficina junto com Zé Celso, morou na cadeia e no convento, sempre mineiramente quieto merece todas as celebrações, silenciosas ou não.
Feliz Aniversário.
Viver é Perigoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário