Olhe os indivíduos um a um e você descobre os supervelhinhos: octogenários, e outros para lá de octogenários, com capacidade cognitiva tão superior aos seus colegas de faixa etária que chegam a se comparar com a juventude nos seus trinta e poucos anos. O que eles têm de especial?
Supervelhinhos não têm grandes perdas no fluxo sanguíneo no cérebro. Supervelhinhos têm um cérebro que continua a custar tão caro quanto o cérebro de adultos que ainda nem atingiram a meia-idade.
E supervelhinhos ou não têm sinais de doença de Alzheimer no cérebro ou até têm, mas com zero perda cognitiva, como se ainda fossem capazes de compensar e "dar um jeito" de continuar funcionando.
A receita para se tornar um supervelhinho ainda não é conhecida, lamento.
Mas eu sei dar um chute bem-educado: agora que nós sabemos que o funcionamento do cérebro é limitado pela circulação sanguínea, é possível dizer que supervelhinhos necessariamente têm fluxo sanguíneo cerebral impecável, como se o tempo não houvesse passado pelas suas artérias.
Genética ajuda e a gente não escolhe, mas das suas artérias todo mundo pode cuidar. É só seguir aqueles conselhos chatos de sempre que você já sabe que vai ouvir do seu médico: comer direito, fazer exercício, respirar bem...
Suzana Herculano-Houzel
Viver é Perigoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário