segunda-feira, 4 de abril de 2016

ALÉM DA IMAGINAÇÃO


Conheci o Sr. John Chair, já grisalho, aposentado e morando na Boa Vista, é claro. Um homem tranquilo. Um dia, ao encontrá-lo nas proximidades da Igreja São José, tomei coragem e lhe perguntei: - Sr. João, o senhor me indicaria 10 livros para ler ?
- Um pouco surpreso, ajeitou os óculos, retirou do bolso do paletó um bloquinho, que tinha anexado na sua capa, um lápis pequeno e fininho e pôs-se a anotar.
Após alguns minutos, destacou a folha dizendo: leia esses 10 para começar. Se não encontrá-los, eu lhe posso emprestar.
O principal eu não anotei. Leia a Bíblia diariamente. Mas busque ler diferente de ler um livro desses que eu lhe indiquei. A Bíblia na verdade não é para ler. É para ouvir a palavra de Deus.    

1984 - George Orwell
A idade da razão - Jean Paul Sartre
A montanha mágica - Thomas Mann
Em busca do tempo perdido - Marcel Proust
O complexo de Portnoy - Philip Roth
O coração das trevas - Joseph Conrad
O estrangeiro - Alberto Camus
O homem sem qualidades - Roberto Musil
O processo - Franz Kafka
Ulisses - James Joyce

É a vida...  

Viver é Perigoso



17 comentários:

  1. "Para mim ler" é licença poética ou foi desatenção mesmo?

    Quem é o sujeito que vai praticar a ação "ler"? Eu ou mim? Eu! (Eu vou ler, e não "mim vou ler").

    Então, o correto é: empreste o livro para eu ler.

    Dica: "Para eu" se utiliza sempre que o sujeito for seguido de um verbo no infinitivo que indique ação.

    Blog também é cultura!

    Abraço.

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  2. É Zelador, vou torcer pra que vc realmente esteja inocente e não saiba dos acontecimentos, pois se não a sua decepção vai ser grande.
    La pras bandas do pinheirinho no final da tarde haverá uma reunião onde cabeças ( velhos amigos e cumpanheiros, homens metidos a honestos e partiotas, do bem enfim) serão obrigados a tirarem a carapuça. A casa vai cair para mais uma tristeza na terrinha.
    Como digo sempre, BANDDDIIIIIIDDDDAAAAAAAAAASSSSSSSSSSSSSSSSSS.

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  3. A Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio (SMICT) da Prefeitura de Itajubá possui novo secretário: o engenheiro Vitor Fernando Miranda assumiu a pasta em abril de 2016 e exercerá a supervisão e a coordenação das atividades da Secretaria.

    A trajetória profissional de Vitor foi desenvolvida no setor elétrico privado e governamental, com ampla experiência na área de procurement e desenvolvimento de negócios. Atuou como engenheiro e consultor em empresas nacionais e multinacionais, como professor universitário e no Ministério de Minas e Energia.


    Eta familia GRANDE! Vem mais por ai.....

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  4. Anônimo das 12:11 horas,

    Grato pelo alerta do descuido.

    Zelador

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  5. Anônimo das 12:56 horas,

    Estou chegando na terrinha agora. Não sei de nada.

    Zelador

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  6. Pois é, seu Zé...

    Livros? Como não lê-los?
    Se não os lemos, como sabê-los?
    (roubo descarado e adulterado de um poema do Drummond - mea máxima culpa).

    Da lista confesso que só lí 1984 (algumas vezes), Complexo de Portnoy (há longo tempo), o Processo (releitura recente) e o Estrangeiro (a segunda vez em circunstância muito especial e traumática que me fez varar a noite lendo-o, de cabo a pavio, ou de fio a rabo).

    Montanha Mágica, que tenho vontade de encarar, está aqui, na estante, me espiando com aquelo olhão de alemão toda vez que passo por lá. Não conseguí ainda juntar coragem para pegar o bicho a unha.

    Ulisses: pois é, o Ulisses...fiz diversas tentativas de traçar o bicho (tradução do Antonio Houaiss), mas, lá pela terceira/quarta página desistí; todas as vezes. Comentando com amigos ao longo dos anos, constatei que vários, senão todos, passaram pela mesma aventura. Cosa fare, mio caro??

    Proust se enquadraria na mesma turma da Montanha Mágica. Com a diferença que, a essa altura do campeonato, já desistí de tentar. Inda mais depois que lí uma resenha da recente tradução feita pelo Mario Sergio Conti. De qualquer maneira, acredito que ficará pras calendas embora eu saiba estar perdendo uma inigualável madeleine

    Musil: nunca me veio à cabeça a idéia de ler algo seu. Por nenhuma razão especial. Simplesmente não me veio a vontade. Acho que vou tentar agora.

    Conrad: Considero um grande autor, mas, os helicópteros do Coronel Kilgore cavalgando ao som das valquírias; o Martin Sheen colocando a cabeça fora d'água naquela meia sombra; o Dennis Hopper doidão no meio da selva e do caos; o Marlon Brando, gordaço, careca, murmurando nas sombras, quase incompreensivelmente "o horror, o horror", tudo isso e o resto das imagens do Coppola "matou" a narrativa literária do Conrad, trazendo-a para a segunda metade do século XX com mais vigor.
    Opinião totalmente pessoal, claro.

    E ficaram de fora obras nacionais que o Sr. João não considerou.
    Vamos por autor, sem ordem de preferência:
    Guimarães Rosa - Sagarana e Grande Sertão
    Dalton Trevisan - Obra completa, com destaque para Em busca da Curitiba Perdida
    João Ubaldo Ribeiro - Sargento Getulio e Viva o Povo Brasileiro
    Nelson Rodrigues - Obra completa, destaque para Engraçadinha
    Rubem Fonseca - Grande Arte e Caso Morel
    Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro
    Alguns esquecidos (falha de neurônios já queimados e sem reposição), que só vou me lembrar, certamente, somente depois de enviar esse comentário pretensioso.
    Abraços empoeirados

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  7. Caro Marcos,

    Estão aqui na minha frente a Montanha Mágica e o Ulisses. Já fui e voltei dezenas de vezes e não consegui terminar. Mas vou tentar.
    Quanto ao filme, uma obra prima.
    Vamos falar dos conterrâneos.
    Com sua licença, o comentário vai ser publicado. Ficou muito melhor que o original.
    Abraço,

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  8. Anonimo das 18:33 horas,

    O Vitor foi meu Professor de Inglês no Colégio de Itajubá no início dos anos 60. De Santa Catarina, enquanto estudou, morou na Boa Vista. Voltou a morar em Itajubá. É uma pessoa cordial, acessível e segundo consta, com muita experiência.

    Zelador

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  9. Poema Enjoadinho

    Vinícius de Moraes


    Filhos... Filhos?
    Melhor não tê-los!
    Mas se não os temos
    Como sabê-lo?
    Se não os temos
    Que de consulta
    Quanto silêncio
    Como os queremos!
    Banho de mar
    Diz que é um porrete...
    Cônjuge voa
    Transpõe o espaço
    Engole água
    Fica salgada
    Se iodifica
    Depois, que boa
    Que morenaço
    Que a esposa fica!
    Resultado: filho.
    E então começa
    A aporrinhação:
    Cocô está branco
    Cocô está preto
    Bebe amoníaco
    Comeu botão.
    Filhos? Filhos
    Melhor não tê-los
    Noites de insônia
    Cãs prematuras
    Prantos convulsos
    Meu Deus, salvai-o!
    Filhos são o demo
    Melhor não tê-los...
    Mas se não os temos
    Como sabê-los?
    Como saber
    Que macieza
    Nos seus cabelos
    Que cheiro morno
    Na sua carne
    Que gosto doce
    Na sua boca!
    Chupam gilete
    Bebem shampoo
    Ateiam fogo
    No quarteirão
    Porém, que coisa
    Que coisa louca
    Que coisa linda
    Que os filhos são!

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  10. Edson, afinal é o Vitor Fernando Paranes ou Miranda, da turma de 1968 ???

    Me lembro do Paranes...

    Um abraço, Roberto

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  11. Caro Roberto,

    É o Vitor Miranda. Estudou em Itajubá, mas não cursou a nossa Escola.O Vitor é casado com a Gilneia, irmã do Gilbertinho. Estão morando na terrinha já há tempos.

    Abraço,

    Edson

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  12. Vc esqueceu de dizer que é da familia RIERA! Olha Zé....

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  13. Correção humildinha e nada enjoadinha:

    No comentário que fiz, onde se lê Drummond roubado leia-se Vinicius furtado.
    Tentar citar "de cabeça", já bem desmiolada, sem conferir a fonte, é isso que dá.
    Males da velhice, seu Zé..., não dá mais prá fazer funilaria; tem que se rodar assim até o breque final.

    No frege, uma alegria: mais um atento leitor de Vinicius - o bom gosto não morreu.

    Abraços, sem correção

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  14. Anônimo das 11:09 horas,

    É um amigo. Sua esposa é da família Machado Faria. É cunhado da Gilda Riera, esposa do Luzimar Riera.

    Zelador

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  15. Marquinhos,

    O pessoal anda atento e nos deixa feliz pelo bom gosto e conhecimento.

    Abraço,

    Zelador

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  16. Prezado Zelador,

    Nestes tempos estranhos, tempos de maniqueísmo e de agressividade gratuita, falar de literatura é sempre um alento de ar fresco e limpo para mentes ocupadas com a desgraça mais ou menos iminente.
    Gostei da lista do seu João Cadeira, acrescentaria alguns e suprimiria outros, mas não pelo mérito e sim pelo gosto, que não deveria ser discutido, mas que nestes tempos de sandices se discute. Enfim...

    1. Ao invés de 1984, de George Orwell, optaria pela 'Revolução dos Bichos', do mesmo autor. Por incrível que pareça, mais atual.
    2. A idade da razão - Jean Paul Sartre. Já li, mas prefiro o 'Ser e o Nada'.
    3. A montanha mágica - Thomas Mann. Não tive coragem de enfrentá-lo, ainda. Que tal alguma latinidade no lugar? "Amor nos tempos do cólera", de Gabriel G. Marques? Um dos meus prediletos!
    4. Em busca do tempo perdido - Marcel Proust. Outro que resta confortavelmente repousando em minha estante, com seus quatro volumes clamando por atenção. Que tal o excelente "Notas do subterrâneo", de Dostoiévski, como substituto enxuto, em suas pouco mais de 200 páginas?
    5. O complexo de Portnoy - Philip Roth. Não mexeu com o coração deste que vos escreve. Poderíamos pensar em "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt?
    6. O coração das trevas - Joseph Conrad. Também gostei, mas não chega aos meus 'top ten'. Que tal "Todos os nomes", um fantástico 'lado b' de Saramago?
    7. O estrangeiro - Alberto Camus. Não ousaria incluir nada no lugar de "O estrangeiro". Acrescentaria "A peste" como complemento.
    8. O homem sem qualidades - Roberto Musil. Um clássico! Talvez valha a pena ler a contrapartida moderna, o assustador 'A menina sem qualidades (Spieltrieb), de Julie Zeh.
    9. O processo - Franz Kafka. Nada a acrescentar. Talvez os votos recentes do Ministro Marco Aurélio.
    10. Ulisses - James Joyce. Sem tirar nem por, neste aqui é melhor não mexer.

    São esses os pitacos pouco ou nada convincentes. Caso esteja em dúvidas entre minha lista e a de João Cadeira, fique com as duas. Porque a literatura é um pedacinho do céu que temos o prazer de conhecer com nossos olhos e corações. E tocar o céu, meu amigo, nunca é demais!

    Um abraço fraternal do deveras ausente,

    Laissez Faire

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  17. Caro Laissez Faire,

    Ausência sentida. Lista perfeita. Estou sempre lendo um clássico alternando com um livro mais do momento, normalmente uma biografia ou um envolvendo política.
    Suas sugestões alteraram a ordem de prioridade estabelecida.

    Hoje, de saída de São Paulo, passei duas boas horas na Saraiva do Center Norte. Hora do recreio.

    Abraço,

    Zelador

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