"...A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."
Marina Colasanti
Anônimo bem genérico,
ResponderExcluirCreio que não daria para ser. Caberia iniciativa.
Não aconteceu.
Zelador
Zelador,
ResponderExcluirEntendi! Vc nao publicou meu comentario, mas captou a quem estava me referindo. Pelo menos, vi que concorda com a minha opiniao. Ganhou mais um ponto comigo, eu que ja era seu admirador.
Essa não , anônimo do anônimo do anônimo e trocas de anonimalidades?
ResponderExcluirNos bastidores do anonimato tem conversa?
Vamos fazer um código de anônimo?
Isso é culpa do próprio zelador, que fica com medo de publicar nossos comentários.
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